A desídia
das criaturas justifica as amargas considerações de Tiago, em sua epístola aos
companheiros.
O início
de todas as hecatombes no Planeta localiza-se, quase sempre, no mau uso da
língua.
Ela está
posta, entre os membros, qual leme de embarcação poderosa, segundo lembra o
grande apóstolo de Jerusalém.
Em sua
potencialidade, permanecem sagrados recursos de criar, tanto quanto o leme de
proporções reduzidas foi instalado para conduzir.
A língua
detém a centelha divina do verbo, mas o homem, de modo geral, costuma desviá-la
de sua função edificante, situando-a no pântano de cogitações subalternas e,
por isto mesmo, vemo-la à frente de quase todos os desvarios da humanidade
sofredora, cristalizada em propósitos mesquinhos, à míngua de humildade e amor.
Nasce a
guerra da linguagem dos interesses criminosos, insatisfeitos.
As grandes
tragédias sociais se originam, em muitas ocasiões, da conversação dos
sentimentos inferiores.
Poucas
vezes a língua do homem há consolado e edificado os seus irmãos; reconheçamos,
porém, que a sua disposição é sempre ativa para excitar, disputar, deprimir,
enxovalhar, acusar e ferir desapiedadamente.
O
discípulo sincero encontra nos apontamentos de Tiago uma tese brilhante para
todas as suas experiências. E, quando chegue a noite de cada dia, é justo
interrogue a si mesmo: – “Terei hoje utilizado a minha língua, como Jesus
utilizou a dele?”
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso
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