Religião, em tese, é a presença do Criador na criatura,
guiando a criatura no rumo da perfeição.
Compreendendo assim, reconhecemos que todos os assuntos de
administração humana são temas das leis humanas, que a todos nos compete
respeitar e prestigiar.
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Entretanto, no mundo de nós mesmos, é justo contar com a
religião para resolver-nos os problemas da vida íntima.
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E, se a religião não nos ajuda a conduzir atitudes e
sentimentos...
Se não nos ampara, nas horas de crise ou de tentação,
ensinando-nos a observar e raciocinar...
Se não nos suprime os conflitos de origem sexual,
esclarecendo-nos que a comunhão afetiva se relaciona com a responsabilidade dos
parceiros que a compartilham, baseando-se na lealdade aos compromissos
assumidos e nas decisões da consciência de cada um...
Se não nos propicia entendimento e resignação diante da dor,
demonstrando-nos com os princípios de causa e efeito que nunca feriremos a
alguém sem ferir a nós próprios...
Se não nos imuniza contra a revolta, ante as aparentes
desigualdades sociais, induzindo-nos a aceitar a Justiça de Deus imanente nas
menores ocorrências da vida...
Se não nos demonstra com visão nova da vida, para além do
plano físico, arrancando-nos ao desespero e sustentando-nos a paz e a
conformidade, nos dias cinzentos de adeus aos entes queridos, perante a
separação temporária, à frente do túmulo...
Então a religião terá fracassado, mas urge reconhecer que
não fracassou e nem fracassará, em sua elevada missão de tutora maternal das
criaturas terrestres, consolando-as e redimindo-as, nas múltiplas faixas de
trabalho em que se especifica; e, por testemunho do que afirmamos, temos
atualmente a Doutrina Espírita, entre os homens, restaurando o Cristianismo e
explicando as leis que regem o ser e o destino, a vida e a morte, o sofrimento
e a evolução, em todas as frentes da Humanidade.
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Mãos Unidas)
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