Muitos
deles, em razão disso, receosos do dever que lhes caberia, afastaram-se, discretos,
do cenáculo acolhedor de Cafarnaum.
O Cristo,
entretanto, consciente das obrigações de ordem divina, longe de violar os
princípios da liberdade, reuniu a pequena assembléia que restava e interrogou
aos discípulos:
– Também
vós quereis retirar-vos?
Foi nessa
circunstância que Pedro emitiu a resposta sábia, para sempre gravada no
edifício cristão.
Realmente,
quem começa o serviço de espiritualidade superior com Jesus jamais sentirá
emoções idênticas, a distância d’Ele. A sublime experiência, por vezes, pode
ser interrompida, mas nunca aniquilada. Compelido em várias ocasiões por
impositivos da zona física, o companheiro do Evangelho sofrerá acidentes
espirituais submetendo-se a ligeiro estacionamento, contudo, não perderá
definitivamente o caminho.
Quem
comunga efetivamente no banquete da revelação cristã, em tempo algum olvidará o
Mestre amoroso que lhe endereçou o convite.
Por este
motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade: Senhor, para quem iremos
nós?
É que o
mundo permanece repleto de filósofos, cientistas e reformadores de toda
espécie, sem dúvida respeitáveis pelas concepções humanas avançadas de que se
fazem pregoeiros; na maioria das situações, todavia, não passam de meros
expositores de palavras transitórias, com reflexos em experiências efêmeras.
Cristo,
porém, é o Salvador das almas e o Mestre dos corações e, com Ele, encontramos
os roteiros da vida eterna.
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso
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