Geralmente, todo homem de raciocínio fácil é interpretado à
conta de mais sábio, no entanto, há que distinguir.
O homem não possui ainda qualidades para registrar a verdadeira
luz. Daí, a necessidade de prudência e vigilância.
Em todos os lugares, há industriosos e entendidos, conhecedores
e psicólogos. Muitas vezes, porém, não passam de oportunistas prontos para o
golpe do interesse inferior.
Quantos escrevem livros abomináveis, espalhando veneno nos
corações? Quantos se aproveitam do rótulo da própria caridade visando extrair
vantagens à ambição?
Não bastam o engenho e a habilidade. Não satisfaz a simples
visão psicológica. É preciso luz divina.
Há homens que, num instante, apreendem toda a extensão dum
campo, conhecem-lhe a terra, identificam-lhe o valor. Há, todavia, poucos
homens que se apercebem de tudo isso e se disponham a suar por ele, amando-o
antes de explorá-lo, dando-lhe compreensão antes da exigência.
Nem sempre a luz reside onde a opinião comum pretende
observá-la.
Sagacidade não chega a ser elevação e o poder expressivo apenas
é respeitável e sagrado quando se torna ação construtiva com a luz divina.
Raciocina, pois, sobre a própria vida.
Vê, com clareza, se a pretensa claridade que há em ti não é
sombra de cegueira espiritual.
Vinha de Luz. Francisco
C. Xavier por Emmanuel