quarta-feira, 23 de julho de 2025

A RETRIBUIÇÃO


“Pedro disse-lhe: e nós que deixamos
tudo e te seguimos, que receberemos?”
– (Mateus, 19:27)
 

A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.

Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato: – “Que receberei?”

A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.

Que recebe o grão maduro, após a colheita? O triturador que o ajuda a purificar-se.

Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre? O fermento que a transforma para a utilidade geral.

Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno? A graça de servir.

Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para a ação regeneradora e santificante da existência.

Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.

Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.

Vencemos, em companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.

Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia. Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.

Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.

 

 


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Fonte Viva

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