“Respondeu-lhe
Simão Pedro: Senhor,
para quem
iremos nós? tu tens as palavras
da vida
eterna.” (João, 6:68)
A medida que o Mestre revelava novas características de sua doutrina de
amor, os seguidores, então numerosos, penetravam mais vastos círculos no domínio
da responsabilidade.
Muitos deles, em razão disso, receosos do dever que lhes caberia,
afastaram-se, discretos, do cenáculo acolhedor de Cafarnaum.
O Cristo, entretanto, consciente das obrigações de ordem divina, longe
de violar os princípios da liberdade, reuniu a pequena assembléia que restava e
interrogou aos discípulos:
– Também vós quereis retirar-vos?
Foi nessa circunstância que Pedro emitiu a resposta sábia, para sempre
gravada no edifício cristão.
Realmente, quem começa o serviço de espiritualidade superior com Jesus
jamais sentirá emoções idênticas, a distância d’Ele. A sublime experiência, por
vezes, pode ser interrompida, mas nunca aniquilada. Compelido em várias ocasiões
por impositivos da zona física, o companheiro do Evangelho sofrerá acidentes
espirituais submetendo-se a ligeiro estacionamento, contudo, não perderá
definitivamente o caminho.
Quem comunga efetivamente no banquete da revelação cristã, em tempo
algum olvidará o Mestre amoroso que lhe endereçou o convite.
Por este motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade: Senhor,
para quem iremos nós?
É que o mundo permanece repleto de filósofos, cientistas e reformadores
de toda espécie, sem dúvida respeitáveis pelas concepções humanas avançadas de
que se fazem pregoeiros; na maioria das situações, todavia, não passam de meros
expositores de palavras transitórias, com reflexos em experiências efêmeras.
Cristo, porém, é o Salvador das almas e o Mestre dos corações e, com
Ele, encontramos os roteiros da vida eterna.
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso
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