Observação
estranha, mas fato real. As ocorrências da irritação aparecem muito mais
frequentes nos caracteres enobrecidos. Espécie de enfermidade da retidão, se a
retidão pudesse adoecer.
A pessoa
percebe a grandeza da vida, acorda para a responsabilidade, consagra-se à
obrigação e passa a prestigiar disciplina e tempo; adquirindo mais ampla noção
do dever, que reconhece precisa exprimir-se irrepreensivelmente executado,
supõe-se com mais vasta provisão de direitos. E, por vezes, leva mais longe que
o necessário a faculdade de preservá-los e defendê-los, iniciando as primeiras
formações de irascibilidade, através da superestimação do próprio valor.
Instalado o sentimento de auto importância, a criatura abraça facilmente
melindres e mágoas, diante de lutas naturais que considera por incompreensões e
ofensas alheias.
Chegando a
esse ponto, as vítimas desse perigoso síndroma, vinculado à patologia da mente,
surgem perante os mais íntimos na condição de enfermos prestimosos, amados e
evitados, de vez que se não lhes pode ignorar a altura moral e nem adivinhar o
momento da explosão. E porque o mau humor dos espíritos respeitáveis, pelo
trabalho que exercem e pela conduta que esposam, dói muito mais que a
leviandade de criaturas menos afeitas à dignidade e o serviço, semelhantes
companheiros estimáveis e preciosos são procurados tão-somente em regime de
exceção ou postos à margem pela gentileza dos outros, interpretados à conta de amigos
temperamentais ou nervosos distintos.
Examinemos a
nós mesmos.
Dirijamos
para dentro da própria alma o estilete da introspecção.
Se a
agressividade nos assinala o modo de ser, tratemos do caráter enfermiço, com a
mesma atenção com que se medica um órgão doente. E se a nossa consciência jaz
tranquila, na certeza de que temos procurado realizar o melhor ao nosso
alcance, no aproveitamento das oportunidades que o Senhor nos concedeu,
estejamos serenos na dificuldade e operosos na prática do bem, à frente de
quaisquer circunstâncias, lembrando-nos de que a erva-de-passarinho asfixia de
preferência as árvores nobres e a tiririca se alastra, como verdadeira
calamidade, justamente na terra boa.
Emmanuel - De “Estude e Viva”
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
pelos Espíritos de Emmanuel e André Luiz
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