Prefácio do livro Fonte Viva,
de
Francisco Cândido Xavier,
pelo
Espírito Emmanuel
Na introdução de “O Livro do Espíritos”, recolhemos de Allan Kardec esta afirmação expressiva:
“As comunicações entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas
e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas.
Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.”
No item VIII das páginas de conclusão do mesmo livro, o Codificador assevera com segurança:
“Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem.
Por que, tendo-o enviado para fazer lembrar sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje os Espíritos,
a fim de a lembrarem novamente aos homens, e com maior precisão,
quando eles a olvidam para tudo sacrificar ao orgulho e à cobiça?”
E sabemos que, de permeio, o grande livro que lançou os fundamentos do Espiritismo trata,
dentre valiosos assuntos, das leis de adoração, trabalho, sociedade,
progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor, caridade e perfeição moral, bem como das esperanças e das consolações.
Reportamo-nos a tais referências para recordar que o fenômeno espírita sempre esteve presente no mundo,
em todos os lances evolutivos da Humanidade, e que Allan Kardec, desde o início do ministério a que se consagrou,
imprimiu à sua obra o cariz religioso de que não podia ela ausentar-se ,
tendo até acentuado que o Espiritismo é forte porque assenta sobre os fundamentos mesmos da Religião:
Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras.
Aceitamos, perfeitamente, as bases científicas em que repousa a Doutrina Espírita,
as quais nos ensejam adquirir a “fé raciocinada capaz de encarar a razão face a face”,
contudo, sobre semelhantes alicerces, vemo-la, ainda e sempre, em sua condição de Cristianismo restaurado,
aperfeiçoando almas e renovando a vida na Terra, para a vitória do Infinito Bem, sob a égide do Cristo, nosso Divino Mestre e Senhor.
O apóstolo da Codificação não desconhecia o elevado mandato relativamente aos princípios que compilava,
e, por isso mesmo, desde a primeira hora, preocupou-se com os impositivos morais
de que a Nova Revelação se reveste, tendo salientado que as conseqüências do Espiritismo se resumem em melhorar o homem
e, por conseguinte, torna-lo menos infeliz, pela prática da mais pura moral evangélica.
Sabemos que a retorta não sublima o caráter e que a discussão filosófica nada tem que ver com caridade e justiça.
Com todo o nosso respeito, pois, pela filosofia que indaga e pela ciência que esclarece,
reconheceremos sempre no Espiritismo o Evangelho do Senhor, redivivo e atuante,
para instalar com Jesus a Religião Cósmica do Amor Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra.
Espíritos desencarnados aos milhões e em todos os graus de inteligência enxameiam o mundo,
requisitando, tanto quanto os encarnados, o concurso da educação.
Não podemos, por isso, acompanhar os que fazem de nossa Redentora Doutrina
mera tribuna discutidora ou simples caçada a demonstrações de sobrevivência,
apenas para a realização de torneios literários ou para longos cavacos de gabinete e anedotas de salão,
sem qualquer conseqüência espiritual para o caminho que lhes é próprio.
Estudemos, assim, as lições do Divino Mestre e aprendamo-las na prática de cada dia.
A morte a todos nos reunirá para a compreensão da verdadeira vida...
E, sabendo que a justiça definir-nos-á segundo as nossas obras,
abracemos a Codificação Kardequiana, prosseguindo para a frente,
com Jesus e por Jesus.
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. In: Fonte Viva
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