"Era
perto da meia-noite; Paulo e Silas
oravam
e cantavam hinos a Deus e
os
outros presos os escutavam". (Atos, 16:25)
Reveste-se de profundo simbolismo
aquela atitude de Paulo e Silas nas trevas da prisão. Quando numerosos
encarcerados ali permaneciam sem esperança, eis que os herdeiros de Jesus,
embora dilacerados de açoites, começam a orar, entoando hinos de confiança.
O mundo atual, na esteira de
transições angustiosas e amargas, não parece mergulhado nas sombras que
precedem a meia-noite?
Conhecimentos generosos permanecem
eclipsados. Noções de justiça e direito, programas de paz e tratados de
assistência mútua são relegados a pianos de esquecimento. Animais furiosos
aproveitam a treva para se evadirem dos recônditos escaninhos da alma humana,
onde permaneciam guardados pela cobertura da civilização, e tentam dominar as
criaturas empregando o terror, a perseguição, a violência. Quantos jovens jazem
no cárcere das desilusões, da amargura, do remorso, do crime? Através de
caminhos desolados ao longo de campos que as bombas devastaram, dentro de
sombras frias, ha mães que choram, velhos desalentados, crianças perdidas. Quem
poderá contar as angústias da noite dolorosa? Os aprendizes do Evangelho,
igualmente, sofrem perseguições e calúnias e, em quase toda parte, são
conduzidos a testemunhos ásperos. Muitos envolveram-se nas nuvens pesadas,
outros esconderam-se fugindo a hora de sofrimentos; mas, os discípulos fieis,
esses suportam ainda acoites e pedradas e, não obstante as trevas insondáveis
da meia noite da civilização, oram nos santuários do espírito eterno e cantam
cânticos de esperança, alentando os companheiros.
Enquanto raras almas sabem perceber
os primeiros rubores da alvorada, em virtude da sombra extensa, recordemos os
devotados obreiros do Mestre e busquemos na prece ativa o refugio consolador.
Se o mundo experimenta a tempestade, procuremos a oração e o trabalho, a fé e o
otimismo, porque outro dia glorioso esta a nascer, e em Jesus Cristo repousa
nossa resistência espiritual.
Francisco
Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me
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