“Senhor! dignai-vos assim os nossos humildes tutelados, enviando-nos
a luz de vossas bênçãos santificantes, nós estamos, prontos para executar vossa
vontade, sinceramente, de secundar vossos altos desígnios convosco, Pai,
reúnem-se os irmãos que ainda dormem, anestesiados pela negação espiritual a
que se entregaram no mundo.
Desperta Senhor, se é de vossos desígnios sábios e misericordiosos,
despertai-os do sono doloroso e infeliz.
Acordai-os para a responsabilidade, para a noção dos deveres
justos!...
Magnânimo Rei, apiedai-vos de vossos filhos sofredores; Criador
compassivo, levantai as vossas criaturas; Pai Justo, desculpai vossos filhos
desventurados! Permiti caia o orvalho do vosso amor infinito sobre o nosso
modesto Posto de Socorro!...
Seja feita a vossa vontade acima da nossa, mas se for possível
Senhor, deixai que os nossos doentes recebam um raio vivificante da vossa
bondade! A voz
“Temos, ao nosso lado, Senhor, infortunadas mães que não souberam
descobrir o sentido sublime da fé, resvalando, imprudentemente, nos
despenhadeiros da indiferença criminosa; pais que não conseguiram ultrapassar a
materialidade no curso da existência humana, incapazes de ver a formosa missão
que lhes confiastes; cônjuges desventurados pela incompreensão de vossas leis
augustas e generosas; jovens que se entregaram, de corpo e alma aos alvitres da
ilusão!...
Muitos deles, atolaram-se no pantanal do crime, agravando destinos
dolorosos! Agora dormem, Pai, à espera de vossos desígnios santos.
Sabemos, contudo, Senhor, que este sono não traduz repouso do
pensamento.
Quase todos os nossos asilados são vítimas de terríveis pesadelos,
por terem olvidado, no mundo material, os vossos mandamentos de amor e
sabedoria.
Sob a imobilidade aparente, movimenta-se-lhes o Espírito, entre
aflições angustiosas que, por vezes, não podemos sondar.
Perdoe-os, Pai, vossos filhos transviados e nossos companheiros de
luta, necessitados de vossa mão paternal para o caminho! Quase todos se
desviaram da senda reta, pelas sugestões da ignorância que, como aranha
gigantesca, tece os fios da miséria, enredando destinos e corações! Deprecando
vossa misericórdia para eles, rogamos, para nós, a verdadeira noção da
fraternidade universal! Ensinai-nos a transpor as fronteiras de separação para
que vejamos em cada enfermo o irmão necessitado do nosso entendimento! Ajudai-nos
a compreensão, a fim de que venhamos a perder todo impulso de acusação nas
estradas da vida! Ensinai-nos a amar como Senhor nos amou. Também nós, Senhor,
que aqui vos rogamos, fomos leprosos espirituais, cegos do entendimento,
paralíticos da vontade, filhos pródigos do vosso amor!...
Também nós dormimos, em tempos idos, nos Postos de Socorro da vossa
misericórdia!...
Somos simples devedores, ansiosos de resgatar imensos débitos!
Sabemos que vossa bondade nunca falha e esperamos contemplar a bênção de vida e
luz!..
livro: Os
Mensageiros – André Luiz- Francisco Cândido Xavier
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