O conteúdo
da interrogativa do Mestre tem vasta significação para os discípulos da
atualidade.
“Não há
doze horas no dia?”
Conscientemente,
cada qual deveria inquirir de si mesmo em que estará aplicando tão grande
cabedal de tempo.
Fala-se
com ênfase do problema de desempregados na época moderna.
Entretanto,
qualquer crise nesse sentido não resulta da carência de trabalho e, sim, da
ausência de boa vontade individual.
Um
inquérito minucioso nesse particular revelaria a realidade.
Muita
gente permanece sem atividade por revolta contra o gênero de serviço que lhe é
oferecido ou por inconformação, em face dos salários.
Sobrevém,
de imediato, o desequilíbrio.
A
ociosidade dos trabalhadores provoca a vigilância dos mordomos e as leis
transitórias do mundo refletem animosidade e desconfiança.
Se os
braços estacionam, as oficinas adormecem. Ocorre o mesmo nas esferas de ação
espiritual. Quantos aprendizes abandonam seus postos, alegando angústia de
tempo? quantos não se transferem para a zona da preguiça, porque aconteceu isso
ou aquilo, em pleno desacordo com os princípios superiores que abraça?
E, por
bagatelas, grande número de servidores vigorosos procuram a retaguarda cheia de
sombras. Mas aquele que conserva acuidade auditiva ainda escuta com proveito a
palavra do Senhor: – Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia não
tropeça.”
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso