Padres que assumem atitudes hieráticas, ministros que comentam
as flagelações do inferno, catafalcos negros e panos de luto.
Que poderia criar tudo isso senão o pavor instintivo e o
constrangimento obrigatório?
Ninguém nega o sofrimento da separação, espírito algum se
furtará ao plantio da saudade no jardim interior. O próprio Cristo emocionou-se
junto ao sepulcro de Lázaro. Entretanto, a comoção do Celeste Amigo
edificava-se na esperança, acordando a fé viva nos companheiros que o ouviam. A
promessa dEle, ao carinho fraternal de Marta, é bastante significativa.
“Teu irmão há de ressuscitar” - asseverou o Mestre.
Daí a instantes, Lázaro era restituído à experiência terrestre,
surpreendendo os observadores do inesperado acontecimento.
Gesto que se transformou em vigoroso símbolo, sabemos hoje que o
Senhor nos reergue, em toda parte, nas esferas variadas da vida. Há
ressurreição vitoriosa e sublime nas zonas carnais e nos círculos diferentes
que se dilatam ao infinito.
O espírito mais ensombrado no sepulcro do mal e o coração mais
duro são arrancados das trevas psíquicas para a luz da vida eterna.
O Senhor não se sensibilizou tão-somente por Lázaro. Amigo
Divino, a sua mão carinhosa se estende a nós todos.
Reponhamos a morte em seu lugar de processo renovador e enchei-vos
de confiança no futuro, multiplicando as sementeiras de afeições e serviços
santificantes.
Quando perderdes temporariamente a companhia direta de um ente
amado, recordai as palavras do Cristo; aquela reduzida família de Betânia é a
miniatura da imensa família da Humanidade.
Livro:
Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel
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