Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação
e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao
abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera
entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da
sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos
jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias
fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização
interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande
vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente
livres, em constante renovação para melhor.
O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de
Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia
embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma
integral da casa íntima.
Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário
interior sejam abalados e renovados.
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos
altiplanos do pensamento universal. É também o restaurador da casa espiritual
dos homens.
O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do
serviço. O discípulo sincero, porém, é o trabalhador devotado que atinge a luz
do Senhor, não em benefício de Jesus, mas, sobretudo, em favor de si mesmo.
Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel
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