Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas vezes envolve
o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.
Por que motivo o Pai Celestial, cheio de sabedoria e amor, permaneceria
surdo e imóvel perante as nossas súplicas?
O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda parte.
Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.
Lembremo-nos de que a Providência Divina opera invariavelmente para o
bem infinito.
Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade.
Defende a flor com espinhos.
Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.
Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.
Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos que nos
parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao nosso
equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto que fenômenos interpretados como
calamidades na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.
Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz Divina para o teu coração e para a
tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas;
contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do
Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos. Aguarda,
porém,confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explicador silencioso e
te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura a saúde da
alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir do
sofrimento.
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso
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