segunda-feira, 6 de abril de 2020

O FILHO EGOÍSTA




“Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo,
há tantos anos, sem jamais transgredir um mandamento
teu, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me  com
os meus amigos.” (Lucas, 15:29)


A parábola não apresenta somente o filho pródigo. Mais aguçada atenção e encontraremos o filho egoísta.
O ensinamento velado do Mestre demonstra dois extremos da ingratidão filial. Um reside no esbanjamento; o outro, na avareza.
São as duas extremidades que fecham o círculo da incompreensão humana.
De maneira geral, os crentes apenas enxergaram o filho que abandonou o lar paterno, a fim de viver nas estroinices do escândalo, tornando-se credor de todas as punições; e raros aprendizes conseguiram fixar o pensamento na conduta condenável do irmão que permanecia sob o teto familiar, não menos passível de repreensão.
Observando a generosidade paterna, os sentimentos inferiores que o animam sobem à tona e ei-lo na demonstração de sovinice.
Contraria-o a vibração de amor reinante no ambiente doméstico; alega, como autêntico preguiçoso, os anos de serviço em família; invoca, na posição de crente vaidoso, a suposta observância da Lei Divina e desrespeita o genitor, incapaz de partilhar-lhe o justo contentamento.
Esse tipo de homem egoísta é muito vulgar nos quadros da vida. Ante o bem estar e a alegria dos outros, revolta-se e sofre, através da secura que o aniquila e do ciúme que o envenena.
Lendo a parábola com atenção, ignoramos qual dos filhos é o mais infortunado, se o pródigo, se o egoísta, mas atrevemo-nos a crer na imensa infelicidade do segundo, porque o primeiro já possuía a bênção do remorso em seu favor.



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

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