“Eles têm os
olhos cheios de adultério.”
(II Pedro,
2:14)
“Olhos cheios de adultério” constituem rebelde enfermidade em nossas
lutas evolutivas.
Raros homens se utilizam dos olhos por lâmpadas abençoadas e poucos os
empregam como instrumentos vivos de trabalho santificante na vigília
necessária.
A maioria das criaturas trata de aproveitá-los, à frente de quaisquer
paisagens, na identificação do que possuem de pior.
Homens comuns, habitualmente, pousam os olhos em determinada situação
apenas para fixarem os ângulos mais apreciáveis aos interesses inferiores que
lhes dizem respeito. Se atravessam um campo, não lhe anotam a função benemérita
nos quadros da vida coletiva e sim a possibilidade de lucros pessoais e
imediatos que lhes possa oferecer. Se enxergam a irmã afetuosa de jornada
humana, que segue não longe deles, premeditam, quase sempre, a organização de
laços menos dignos. Se encontram companheiros nos lugares em que atendem a
objetivos inferiores, não os reconhecem como possíveis portadores de idéias
elevadas, porém como concorrentes aos seus propósitos menos felizes.
Ouçamos o brado de alarme de Simão Pedro, esquecendo o hábito de
analisar com o mal.
Olhos otimistas saberão extrair motivos sublimes de ensinamento, nas
mais diversas situações do caminho em que prosseguem.
Ninguém invoque a necessidade de vigilância para justificar as
manifestações de malícia. O homem cristianizado e prudente sabe contemplar os
problemas de si mesmo, contudo, nunca enxerga o mal onde o mal ainda não
existe.
Emmanuel/Chico
Xavier
Livro: Pão Nosso
Livro: Pão Nosso
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