“Respondeu-lhe
Jesus: Não vos escolhi
a vós, os
doze? E um de vós é diabo.”
João, 6:70
Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o
senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem fim.
Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em esfera
distante, no seio de tormentosas trevas...
Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e
dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo
partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles
se constituíra em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para que
nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um
gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o
próprio homem, quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.
Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de
expressão diabólica na parte inferior da personalidade.
Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.
Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal,
dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o
elevam à espiritualidade superior.
Grandes multidões mergulham em desesperanças seculares, porque não
conseguiram ainda identificar semelhante verdade.
E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: – “Se,
entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a
missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos
existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?”
Emmanuel/Chico
Xavier
Livro: Pão Nosso
Livro: Pão Nosso
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