Estudos e dissertações em torno da
substância
religiosa de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec,
pelo Espírito Emmanuel. Questão Nr. 617.
Reencarnação
nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa
punição
Suor na
oficina é acesso à competência.
Esforço
na escola é aquisição de cultura.
Porque
alguém se consagre hoje à medicina, não quer isso dizer que haja ontem semeado
moléstias e sofrimentos.
Muitas
vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratam do corpo,
voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
Porque
um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não exprime
semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos
da Terra.
Em
muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no
conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha para mais altos
postos na Vida Superior.
Entretanto,
se o médico ou o engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da profissão a
que se devotam, decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender na
pauta das corrigendas necessárias e justas.
Toda
restauração exige dificuldades equivalentes.
Todo
valor evolutivo reclama serviço próprio.
Não
existe sem preço.
Por esse
motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a sombra,
as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.
À vista
disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério da expiação,
porque, quase sempre, almas heroicas que suportam o fogo constantes das grandes
dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos
impulsos do bem excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela
esperança de Deus.
Recorda
que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo que
os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a
descida aos tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...
Lembra-te
disso e compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito algum,
condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos
ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da
morte no erro à bênção da Vida Eterna.
De “Religião dos Espíritos”
de Francisco Cândido Xavier
pelo Espírito Emmanuel