terça-feira, 31 de março de 2020

ADVERSIDADES E PERCALÇOS




As adversidades são naturais no caminho evolutivo de todos os seres.
Aprende a enfrentá-las com tranquilidade.
Não compliques o destino com a tua rebeldia e insensatez.
Administra os teus problemas — aqueles que criaste inadvertidamente e os que te foram criados por outros.
O que te desafia a capacidade de solução e convivência é justamente o que te faz ser mais do que és.
Ante qualquer impasse, asserena-te primeiro e age depois.
Não te aflijas hoje, pela dificuldade de amanhã.
Se é noite e desaba a tempestade, o dia pode amanhecer ensolarado.
Não tomes nenhuma decisão importante em clima psicológico e emocional alterado.
Apenas a atitude correta não deve ser deixada para mais tarde.
A ideia do bem, quando surge, surge no tempo de sua imediata aplicação.
Adversidades e percalços são degraus de uma escada, cuja função precípua é a de conduzir para o alto.



De “Dias Melhores”, de Carlos A. Baccelli
pelo Espírito Irmão José

segunda-feira, 30 de março de 2020

REENCARNAÇÃO




Estudos e dissertações em torno da substância
religiosa de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec,
pelo Espírito Emmanuel. Questão Nr. 617.


        Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa punição
        Suor na oficina é acesso à competência.
        Esforço na escola é aquisição de cultura.
        Porque alguém se consagre hoje à medicina, não quer isso dizer que haja ontem semeado moléstias e sofrimentos.
        Muitas vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratam do corpo, voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
        Porque um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não exprime semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos da Terra.
        Em muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha para mais altos postos na Vida Superior.
        Entretanto, se o médico ou o engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da profissão a que se devotam, decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender na pauta das corrigendas necessárias e justas.
        Toda restauração exige dificuldades equivalentes.
        Todo valor evolutivo reclama serviço próprio.
        Não existe sem preço.
        Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.
        À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério da expiação, porque, quase sempre, almas heroicas que suportam o fogo constantes das grandes dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
        Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo que os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...
        Lembra-te disso e compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito algum, condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da morte no erro à bênção da Vida Eterna.


De “Religião dos Espíritos”
de Francisco Cândido Xavier
pelo Espírito Emmanuel

domingo, 29 de março de 2020

CONTRA A INSENSATEZ




“Sois vós tão insensatos que, tendo começado
pelo Espírito, acabeis agora pela carne?”
Paulo. (Gálatas, 3:3)


Um dos maiores desastres no caminho dos discípulos é a falsa compreensão com que iniciam o esforço na região superior, marchando em sentido inverso para os círculos da inferioridade. Dão, assim, a idéia de homens que partissem à procura de ouro, contentando-se, em seguida, com a lama do charco.
Semelhantes fracassos se fazem comuns, nos vários setores do pensamento religioso.
Observamos enfermos que se dirigem à espiritualidade elevada, alimentando nobres impulsos e tomados de preciosas intenções; conseguida a cura, porém, refletem na melhor maneira de aplicarem as vantagens obtidas na aquisição do dinheiro fácil.
Alguns, depois de auxiliados por amigos das esferas sublimadas, em transcendentes questões da vida eterna, pretendem atribuir a esses mesmos benfeitores a função de policiais humanos, na pesquisa de objetivos menos dignos.
Numerosos aprendizes persistem nos trabalhos do bem; contudo, eis que aparecem horas menos favoráveis e se entregam, inertes, ao desalento, reclamando prêmio aos minguados anos terrestres em que tentaram servir na lavoura do Mestre Divino e plenamente despreocupados dos períodos multimilenários em que temos sido servidos pelo Senhor.
Tais anomalias espirituais que perturbam consideravelmente o esforço dos discípulos procedem dos filtros venenosos compostos pelos pruridos de recompensa.
Trabalhemos, pois, contra a expectativa de retribuição, a fim de que prossigamos na tarefa começada, em companhia da humildade, portadora de luz imperecível.



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

sexta-feira, 27 de março de 2020

OS CONTRÁRIOS




“Que diremos pois à vista destas coisas?
Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
Paulo (Romanos, 8:31)


A interrogação de Paulo ainda representa precioso tema para a comunidade evangélica dos dias que correm.
Perante nosso esforço desdobra-se campo imenso, onde o Mestre nos aguarda a colaboração resoluta.
Muitas vezes, contudo, grande número de companheiros prefere abandonar a construção para disputar com malfeitores do caminho.
Elementos adversos nos cercam em toda parte.
Obstáculos inesperados se desenham ante os nossos olhos aflitos, velhos amigos deixam-nos a sós, situações favoráveis, até ontem, são metamorfoseadas em hostilidades cruéis.
Enormes fileiras de operários fogem ao perigo, temendo a borrasca e esquecendo o testemunho.
Entretanto, não fomos situados na obra a fim de nos rendermos ao pânico, nem o Mestre nos enviou ao trabalho com o objetivo de confundir-nos através de experiências dos círculos exteriores.
Fomos chamados a construir.
Naturalmente, deveremos contar com as mil eventualidades de cada dia, suscetíveis de nascer das forças contrárias, dificultando-nos a edificação; nosso dia de luta será assediado pela perturbação e pela fadiga. Isto é inevitável num  mundo que tudo espera do cristão genuíno.
Em razão de semelhante imperativo, entre ameaças e incompreensões da senda, cabe-nos  indagar, bem humorados, à maneira do apóstolo aos gentios:
– “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

quinta-feira, 26 de março de 2020

EM TORNO DA IRRITAÇÃO




        Observação estranha, mas fato real. As ocorrências da irritação aparecem muito mais frequentes nos caracteres enobrecidos. Espécie de enfermidade da retidão, se a retidão pudesse adoecer.
        A pessoa percebe a grandeza da vida, acorda para a responsabilidade, consagra-se à obrigação e passa a prestigiar disciplina e tempo; adquirindo mais ampla noção do dever, que reconhece precisa exprimir-se irrepreensivelmente executado, supõe-se com mais vasta provisão de direitos. E, por vezes, leva mais longe que o necessário a faculdade de preservá-los e defendê-los, iniciando as primeiras formações de irascibilidade, através da superestimação do próprio valor. Instalado o sentimento de auto importância, a criatura abraça facilmente melindres e mágoas, diante de lutas naturais que considera por incompreensões e ofensas alheias.
        Chegando a esse ponto, as vítimas desse perigoso síndroma, vinculado à patologia da mente, surgem perante os mais íntimos na condição de enfermos prestimosos, amados e evitados, de vez que se não lhes pode ignorar a altura moral e nem adivinhar o momento da explosão. E porque o mau humor dos espíritos respeitáveis, pelo trabalho que exercem e pela conduta que esposam, dói muito mais que a leviandade de criaturas menos afeitas à dignidade e o serviço, semelhantes companheiros estimáveis e preciosos são procurados tão-somente em regime de exceção ou postos à margem pela gentileza dos outros, interpretados à conta de amigos temperamentais ou nervosos distintos.
        Examinemos a nós mesmos.
        Dirijamos para dentro da própria alma o estilete da introspecção.
       Se a agressividade nos assinala o modo de ser, tratemos do caráter enfermiço, com a mesma atenção com que se medica um órgão doente. E se a nossa consciência jaz tranquila, na certeza de que temos procurado realizar o melhor ao nosso alcance, no aproveitamento das oportunidades que o Senhor nos concedeu, estejamos serenos na dificuldade e operosos na prática do bem, à frente de quaisquer circunstâncias, lembrando-nos de que a erva-de-passarinho asfixia de preferência as árvores nobres e a tiririca se alastra, como verdadeira calamidade, justamente na terra boa.
  



Emmanuel - De “Estude e Viva”
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
pelos Espíritos de Emmanuel e André Luiz

quarta-feira, 25 de março de 2020

NÃO TROPECEMOS




“Jesus respondeu: Não há doze horas no dia?
Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê
a luz deste mundo.” (João, 11:9)

O conteúdo da interrogativa do Mestre tem vasta significação para os discípulos da atualidade.
“Não há doze horas no dia?”
Conscientemente, cada qual deveria inquirir de si mesmo em que estará aplicando tão grande cabedal de tempo.
Fala-se com ênfase do problema de desempregados na época moderna.
Entretanto, qualquer crise nesse sentido não resulta da carência de trabalho e, sim, da ausência de boa vontade individual.
Um inquérito minucioso nesse particular revelaria a realidade.
Muita gente permanece sem atividade por revolta contra o gênero de serviço que lhe é oferecido ou por inconformação, em face dos salários.
Sobrevém, de imediato, o desequilíbrio.
A ociosidade dos trabalhadores provoca a vigilância dos mordomos e as leis transitórias do mundo refletem animosidade e desconfiança.
Se os braços estacionam, as oficinas adormecem. Ocorre o mesmo nas esferas de ação espiritual. Quantos aprendizes abandonam seus postos, alegando angústia de tempo? quantos não se transferem para a zona da preguiça, porque aconteceu isso ou aquilo, em pleno desacordo com os princípios superiores que abraça?
E, por bagatelas, grande número de servidores vigorosos procuram a retaguarda cheia de sombras. Mas aquele que conserva acuidade auditiva ainda escuta com proveito a palavra do Senhor: – Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia não tropeça.”



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

terça-feira, 24 de março de 2020

DE QUE MODO?




“Que quereis? irei ter convosco com vara
ou com amor e espírito de mansidão?”
Paulo (I Coríntios, 4:21)


Por vezes, o apóstolo dos gentios, inflamado de sublimes inspirações, trouxe aos companheiros interrogativas diretas, quase cruéis, se consideradas tão somente em sentido literal, mas portadoras de realidade admirável, quando vistas através da luz imperecível.
Em todas as casas cristãs vibram irradiações de amor e paz.
Jesus nunca deixou os seguidores fiéis esquecidos, por mais separados caminhem no terreno das interpretações.
Emissários abnegados do devotamento celestial espalham socorro santificante em todas as épocas da Humanidade. A História é demonstração dessa verdade inconteste.
A nenhum século faltaram missionários legítimos do bem.
Promessas e revelações do Senhor chegam aos portos do conhecimento, através de mil modos.
Os aprendizes que ingressaram nas fileiras evangélicas, portanto, não podem alegar ignorância de objetivo a fim de esconderem as próprias falhas. Cada qual, no lugar que lhe compete, já recebeu o programa de serviço que lhe cabe executar, cada dia. Se fogem ao trabalho e se escapam ao testemunho, devem semelhante anomalia à própria vontade paralítica.
Eis por que é possível surja um momento em que o discípulo ocioso e pedinchão poderá ouvir o Mestre, sem intermediários, exclamando de igual modo:
– “Que quereis? irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?”



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

segunda-feira, 23 de março de 2020

CONVITE AO ESTUDO




"E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência,
acrescentei à vossa fé a virtude e à virtude a ciência..."
– Pedro (II PEDRO, 1:5.)


Milhões de criaturas possuíram a fé no passado, revelando extremada confiança em Deus; mas, porque a bondade lhes desertasse dos corações, ergueram suplícios inomináveis para quantos não lhes comungassem o modo de sentir e de ser.
Diziam-se devotadas ao culto do Supremo Senhor; entretanto, alçavam fogueiras e postes de martírio, perseguindo ou exterminando pessoas sensíveis e afetuosas em seu nome.
Milhões de criaturas evidenciaram admirável bondade no pretérito, demonstrando profunda compreensão fraternal no trabalho que foram chamadas a desenvolver entre os homens; no entanto, porque a educação lhes escasseasse no espírito, caíram em terríveis enganos, favorecendo a tirania e a escravidão sobre a Terra.
Denotavam obediência a Deus, no exercício da própria generosidade, entretanto, compraziam-se na ignorância, estimulando delitos e abusos, a pretexto de submissão à Providência Divina.
Nesse sentido, porém, a palavra do apóstolo Pedro é de notável oportunidade em todos os tempos.
Procuremos alicerçar a fé na bondade, para que a nossa fé não se converta em fanatismo, mas isso ainda não basta.
É forçoso coroar a fé e a bondade com a luz do conhecimento edificante.
Todos necessitamos esperar no Infinito Amor, todavia, será justo aprender "como"; todos devemos ser bons, contudo, é indispensável saber "para quê".
Eis a razão pela qual se nos impõe o estudo em todos os lances da vida, porquanto, confia realizando o melhor e auxiliar na extensão do eterno bem, realmente demanda discernir.




Francisco Cândido Xavier por Emmanuel
In: Palavras de Vida Eterna

domingo, 22 de março de 2020

NINGUÉM SE RETIRA





“Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor,
para quem iremos nós? tu tens as palavras
da vida eterna.” (João, 6:68)


A medida que o Mestre revelava novas características de sua doutrina de amor, os seguidores, então numerosos, penetravam mais vastos círculos no domínio da responsabilidade.
Muitos deles, em razão disso, receosos do dever que lhes caberia, afastaram-se, discretos, do cenáculo acolhedor de Cafarnaum.
O Cristo, entretanto, consciente das obrigações de ordem divina, longe de violar os princípios da liberdade, reuniu a pequena assembléia que restava e interrogou aos discípulos:
– Também vós quereis retirar-vos?
Foi nessa circunstância que Pedro emitiu a resposta sábia, para sempre gravada no edifício cristão.
Realmente, quem começa o serviço de espiritualidade superior com Jesus jamais sentirá emoções idênticas, a distância d’Ele. A sublime experiência, por vezes, pode ser interrompida, mas nunca aniquilada. Compelido em várias ocasiões por impositivos da zona física, o companheiro do Evangelho sofrerá acidentes espirituais submetendo-se a ligeiro estacionamento, contudo, não perderá definitivamente o caminho.
Quem comunga efetivamente no banquete da revelação cristã, em tempo algum olvidará o Mestre amoroso que lhe endereçou o convite.
Por este motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade: Senhor, para quem iremos nós?
É que o mundo permanece repleto de filósofos, cientistas e reformadores de toda espécie, sem dúvida respeitáveis pelas concepções humanas avançadas de que se fazem pregoeiros; na maioria das situações, todavia, não passam de meros expositores de palavras transitórias, com reflexos em experiências efêmeras.
Cristo, porém, é o Salvador das almas e o Mestre dos corações e, com Ele, encontramos os roteiros da vida eterna.



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

CIÊNCIA E TEMPERANÇA

“E à ciência, a temperança; à temperança, a paciência; à paciência, a piedade.” – (II Pedro, 1:6)   Quem sabe precisa ser sóbrio...