“E, tendo orado, moveu-se
o lugar em que
estavam reunidos.” – (Atos,
4:31)
Na construção de simples casa de pedra, há que despender longo
esforço para ajustar ambiente próprio, removendo óbices, eliminando asperezas e
melhorando a paisagem.
Quando não é necessário acertar o solo rugoso, é preciso, muitas
vezes, aterrar o chão, formando leito seguro, à base forte.
Instrumentos variados movimentam-se, metódicos, no trabalho
renovador.
Assim também na esfera de cogitações de ordem espiritual.
Na edificação da paz doméstica, na realização dos ideais
generosos, no desdobramento de serviços edificantes, urge providenciar recursos
ao entendimento geral, com vistas à cooperação, à responsabilidade, ao processo
de ação imprescindível. E, sem dúvida, a prece representa a indispensável
alavanca renovadora, demovendo obstáculos no terreno duro da incompreensão.
A oração é divina voz do espírito no grande silêncio.
Nem sempre se caracteriza por sons articulados na conceituação
verbal, mas, invariavelmente, é prodigioso poder espiritual comunicando emoções
e pensamentos, imagens e ideias, desfazendo empecilhos, limpando estradas,
reformando concepções e melhorando o quadro mental em que nos cabe cumprir a
tarefa a que o Pai nos convoca.
Muitas vezes, nas lutas do discípulo sincero do Evangelho, a
maioria dos afeiçoados não lhe entende os propósitos, os amigos desertam, os
familiares cedem à sombra e à ignorância; entretanto, basta que ele se refugie
no santuário da própria vida, emitindo as energias benéficas do amor e da
compreensão, para que se mova, na direção de mais alto, o lugar em que se
demora com os seus.
A prece tecida de inquietação e angústia não pode distanciar-se
dos gritos desordenados de quem prefere a aflição e se entrega à imprudência,
mas a oração tecida de harmonia e confiança é força imprimindo direção à
bússola da fé viva, recompondo a paisagem em que vivemos e traçando rumos novos
para a vida superior.
Livro: Vinha de Luz.
Francisco C. Xavier por Emmanuel
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