É comum a alteração de votos que formulamos, de planos que fazemos.
Vários propósitos que se nos erigiam na alma, por anseios aflitivos do
sentimento, caem, após realizados, nos domínios do trivial, dando lugar a novos
anseios.
Petições que endereçamos à Vida Maior, em muitas ocasiões, quando
atendidas, já nos encontram modificados por súplicas diferentes. O que ontem
era importante para nós costuma descer para linhas da vulgaridade e o que
desprezávamos antigamente, não poucas vezes passa à condição de essencial.
Forçoso, desse modo, rogar com prudência as concessões da vida.
Poderes superiores velam por nossas necessidades, facultando-nos aquilo
que nos é efetivamente proveitoso.
Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são
bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da
vida para percebermos que muitas daquelas que se nos afiguram bens resultam em
males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração.
Todos possuímos amigos admiráveis que se comovem à frente de nossas
rogativas, empenhando influência e recurso por satisfazer-nos, prejudicando-se,
frequentemente, em nome do amor, por nossa causa, de vez que nem sempre estamos
habilitados a receber o que desejamos, no que se refere a conforto e vantagem.
Aprendamos, assim, a trabalhar, esperado pelos desígnios da Justiça
Divina sobre os nossos impulsos.
Importante lembrar que o próprio Cristo, na fidelidade a Deus, foi
constrangido também a dizer: “Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua”.
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