Na
atividade verbalista, emprega o homem grande parte da vida. E, com a palavra,
habitualmente se articulam os bens e os males que lhe marcam a rota.
É de se
lamentar, entretanto, o desperdício de força nesse sentido.
Quase
sempre, computada a conversação de todos pela riqueza de um dia claro; todavia,
basta a parcela de proveito, com largo coeficiente de prejuízo e inutilidade.
Muitas
vezes, ninguém denota agradecimento pela riqueza de um dia claro; todavia basta
a passagem de uma nuvem com leve garoa a cair, para que muita gente destile
exclamações vinagrosas, em longas tiradas inconsequentes. De maneira geral, não
existem olhos para a contemplação de grandes serviços públicos; no entanto,
vaga incerteza do trabalho administrativo gera longos debates da opinião.
Há
criaturas que guardam barômetros em casa para criticarem o tempo, tanto quanto
há pessoas que adquirem pontualmente o jornal para a censura ao governo.
Muitos
dormem tranquilos quando se trate de ouvir ensinamentos edificantes,
declarando-se enfermos da memória, mas revelam admirável controle de si mesmos,
quando o rádio anuncia calamidades, gastando vastas horas de comentário
eloquente.
Esmaece
a atenção quando é preciso aprender o bem, contudo, o olhar flameja interesse
quando o mal surge à vista.
O mundo
em si é sempre um parlatório de proporções gigantescas onde as almas se
encontram para falar combinando fazer...
Raras,
no entanto, conversam para ajudar...
Desborda-se
a maioria no espinheiral da reprovação, no tormento da inveja, na fogueira da
crítica ou no labirinto da queixa.
Para
nós outros, no entanto, o Evangelho é seguro na advertência.
“Tu,
porém – diz-nos o apóstolo –, fala o que convém à sã doutrina.”
Não
olvides, assim, que de sentimento a sentimento chegamos à ideia. De ideia em
ideia, alcançamos a palavra. De frase a frase, atingimos a ação. E de ato em
ato, acendemos a luz ou estendemos a treva dentro de nós.
Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna
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