quinta-feira, 5 de maio de 2022

O DIABO


“Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi

a vós, os doze? E um de vós é diabo.”

João, 6:70

 

Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem fim.

Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em esfera distante, no seio de tormentosas trevas...

Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituíra em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o próprio homem, quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.

Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade.

Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.

Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o elevam à espiritualidade superior.

Grandes multidões mergulham em desesperanças seculares, porque não conseguiram ainda identificar semelhante verdade.

E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: – “Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?”

  

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CONSEGUES IR?

  “Vinde a mim – Jesus. (Mateus, 11:28) O crente escuta o apelo do Mestre, anotando abençoadas consolações. O doutrinador repete-o para comu...