terça-feira, 31 de maio de 2022

NO SERVIÇO CRISTÃO

 

“Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal
do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal.”
– Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 5:10)

 

Não falta quem veja no Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer significação de ordem moral para as criaturas.

Muitos aprendizes da consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às investigações de laboratório ou a discussões filosóficas.

É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de homens desencarnados, quantas são as dos encarnados.

Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda parte. Além disso, incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois planos.

Em vista de semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do mundo, distanciados da vida física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o intercâmbio em fator de espiritualidade santificante.

Acreditamos que não se deve atacar outro círculo de vida, quando não nos encontramos interessados em melhorar a personalidade naquele em que respiramos.

Não vale pesquisar recursos que não nos dignifiquem.

Eis por que para nós outros, que supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver, Espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço e edificação.

Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos de outro guia mais sábio e mais amoroso que o Cristo.

Somente à luz de suas lições sublimes é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o coração.

Nem tudo o que é admirável é divino.

Nem tudo o que é grande é respeitável.

Nem tudo o que é belo é santo.

Nem tudo o que é agradável é útil.

O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do bem.

Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa iluminação interior, porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, “todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal”.

 

 

EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de 1950.

Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 30 de maio de 2022

REUNIÕES CRISTÃS


“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro

da semana, e cerradas as portas da casa

onde os discípulos, com medo dos judeus, se

tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio

deles e disse-lhes: Paz seja convosco.” (JOÃO, 20: 19)

 

Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a Humanidade terrena foi considerada digna das relações com a espiritualidade.

O Deuteronômio proibira terminantemente o intercâmbio com os que houvessem partido pelas portas da sepultura, em vista da necessidade de afastar a mente humana de cogitações prematuras. Entretanto, Jesus, assim como suavizara a antiga lei da justiça inflexível com o perdão de um amor sem limites, aliviou as determinações de Moisés, vindo ao encontro dos discípulos saudosos.

Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembléias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas.

O objetivo é um só: procurar a influenciação dos planos superiores, com a diferença de que, nos ambientes espiritistas, a alma pode saciar-se, com mais abundância, em vôos mais altos, por se conservar afastada de certos prejuízos do dogmatismo e do sacerdócio organizado.

 

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

sábado, 28 de maio de 2022

MEDIUNIDADE


“E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor,

que do meu Espírito derramarei sobre

toda carne; os vossos filhos e as vossas

filhas profetizarão, vossos mancebos

terão visões e os vossos velhos sonharão

sonhos.” (ATOS, 2: 17)

 

No dia de Pentecostes, Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmia, da Frígia, da Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova, atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.

Uma onda de surpresa e de alegria invadiu o espírito geral.

Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada.

Simão Pedro destaca-se e esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.

Desde esse dia, as claridades do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente. Até aí, os discípulos eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da Terra em nome do Senhor.

O poder de Jesus se lhes comunicara às energias reduzidas.

Estabelecera-se a era da mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos séculos.

Contra o seu influxo, trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem, mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma imortal do Cristianismo redivivo.

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

sexta-feira, 27 de maio de 2022

CONVITES


É bom que compreendamos, com urgência, que recebemos  convites em todos os momentos. Para que possamos entender a vontade de Deus, surgem convites de todos os ângulos, como sendo a voz de Deus pelas mensagens que derramam os Espíritos, através da força mediúnica,

 

pela boca de um companheiro,

pela presença de uma criança,

pela sustentação dos amigos.

Pelo livro que se lê...

 

Pelos alimentos que nos servem,

pela água que tomamos,

pela vestes que nos cobrem,

pela moradia que nos ampara...

  

Pelos conselhos recebidos,

pela cura de uma enfermidade,

pela presença mesma de ouro,

pelos veículos que nos transportam...

  

Pela Terra, que nos acolhe,

pelas estrelas que se nos encontram,

pela consciência que nos ajuda,

por Jesus que nos guia!

  

Esses convites vêm de Deus, como bênçãos da Luz, nos induzindo para o amor...

 

  

De “Páginas Esparsas 2”, de João Nunes Maia,

pelo Espírito Bezerra de Menezes

quinta-feira, 26 de maio de 2022

DE ÂNIMO FORTE


“Porque Deus não nos deu o espírito de

temor, mas de fortaleza, amor e moderação.”

Paulo. (II Timóteo, 1:7)

 

Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.

Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.

A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.

Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?

Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.

Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.

Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?

Nesse caso, temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.

Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranquilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?

Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, “Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação”.

 

 

 

Espírito: Emmanuel - Psicografia: Chico Xavier - Livro: Vinha de Luz

 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

CULTIVA A PAZ


“E, se ali houver algum filho da paz, repousará

sobre ele a vossa paz; e, se não, ela voltará

para vós.” - Jesus. (Lucas, 10:6)


Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se apegam, voluptuosamente, à própria desesperação? quantos revoltados fogem à luz da paciência? quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos? quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?

Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.

Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.

Exigem que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.

Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante.

Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.

Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um.

 

 

Livro: Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

terça-feira, 24 de maio de 2022

O SENHOR DÁ SEMPRE


“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar

boas dádivas aos vossos filhos,

quanto mais dará o Pai Celestial

o Espírito Santo aqueles que lho

pedirem?” Jesus. (Lucas, 11:13)

Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas vezes envolve o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.

Por que motivo o Pai Celestial, cheio de sabedoria e amor, permaneceria surdo e imóvel perante as nossas súplicas?

O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda parte. Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.

Lembremo-nos de que a Providência Divina opera invariavelmente para o bem infinito.

Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade.

Defende a flor com espinhos.

Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.

Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.

Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos que nos parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao nosso equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto que fenômenos interpretados como calamidades na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.

Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz Divina para o teu coração e para a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas; contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos. Aguarda, porém, confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explicador silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir do sofrimento.

 

  

Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel


segunda-feira, 23 de maio de 2022

RESPONSABILIDADE

 

Deus emprestou-te filhos

Para que os eduques.

 

Deus confiou-te terras

Para que as cultives.

 

Deus mandou-te o dinheiro

Para servir ao Bem.

 

Deus te envia a saúde,

A fim de que trabalhes.

 

Deus o fez livre, forte

E também responsável.

 

A vida é luz em todos

Mas o mundo é de Deus.

 

 

 

Emmanuel

“Senda para Deus”

Francisco Cândido Xavier)

 

domingo, 22 de maio de 2022

NÃO TE AFASTES

 

“Mas livra-nos do mal.”

– Jesus. (Mateus, 6:13)

 

A superfície do mundo é, indiscutivelmente, a grande escola dos espíritos encarnados.

Impossível recolher o ensinamento, fugindo à lição.

Ninguém sabe, sem aprender.

Grande número de discípulos do Evangelho, em descortinando alguns raios de luz espiritual, afirmam-se declarados inimigos da experiência terrestre. Furtam-se, desde então, aos mais nobres testemunhos. Defendem-se contra os homens, como se estes lhes não fossem irmãos no caminho evolutivo. Enxergam espinhos, onde a flor desabrocha, e feridas venenosas, onde há riso inocente. E, condenando a paisagem a que foram conduzidos pelo Senhor, para serviço metódico no bem, retraem-se, de olhos baixos, recuando do esforço de santificação.

Declaram-se, no entanto, desejosos de união com o Cristo, esquecendo-se de que o Mestre não desampara a Humanidade. Estimam, sobretudo, a oração, mas, repetindo as sublimes palavras da prece dominical, olvidam que Jesus rogou ao Senhor Supremo nos liberte do mal, mas não pediu o afastamento da luta.

Aliás, a sabedoria do Cristianismo não consiste em insular o aprendiz na santidade artificialista e, sim, em fazê-lo ao mar largo do concurso ativo de transformação do mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção.

O Mestre não fugiu aos discípulos; estes é que fugiram dEle no extremo testemunho. O Divino Servidor não se afastou dos homens; estes é que o expulsaram pela crucificação dolorosa.

A fidelidade até ao fim não significa adoração perpétua em sentido literal; traduz, igualmente, espírito de serviço até ao último dia de força utilizável no mecanismo fisiológico.

Se desejas, pois, servir com o Senhor Jesus, pede a Ele te liberte do mal, mas que não te afaste dos lugares de luta, a fim de que aprendas, em companhia dEle, a cooperar na execução da Vontade Celeste, quando, como e onde for necessário.

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

sexta-feira, 20 de maio de 2022

EM AULAS DIFÍCEIS

 

Todos nós, na Terra, encarnados e desencarnados, com vínculos no Planeta, estamos no educandário da evolução.

 

       De um modo ou de outro, todos somos discípulos na escola do progresso.

*

       Se te vês ao lado de companheiros, em dificuldades maiores que as tuas, compadece-te deles e auxilia-os nas bases do entendimento e da abnegação. Quase sempre, no Plano Físico, semelhantes amigos se nos caracterizam na imagem de parentes ou de companheiros outros que as ligações do dia-a-dia nos jungiram ao carro da existência. Entretanto, diante da Espiritualidade Maior, são colegas de aprendizado, em aulas difíceis nas lições do tempo.

       No passado próximo ou remoto, dilapidaram a própria forma, em atos conscientes de autodestruição e renasceram, mostrando no corpo que usufruem as marcas dos gestos lastimáveis, perpetrados por eles contra eles mesmos; entregaram-se em existências outras a traumas de ódio e delinquência, complicando o caminho dos semelhantes e retomaram o berço terrestre, assinalados por enfermidades de longo curso, em que se lhes sanam, gradativamente, as chagas mentais, adquiridas em processos culposos, nos quais se viram incursos; em estradas do pretérito, abusaram de corações sensíveis, arrastando-os a calamidades passionais e reaparecem no mundo, suportando conflitos psicológicos que exigem muito tempo para a eliminação necessária; em climas sociais, de há muito extintos, cultivaram atos perniciosos e ressurgem na arena terrestre, inclinados, desde a juventude, para costumes infelizes que os impulsionam a perigos constantes; renderam-se a tentações, em experiências que já se foram, instalados entre companhias lamentáveis, que os induziram à comprida vivência nas sombras da insanidade e romperam, muitas vezes, seguidos por largo séquito de irmãos transviados na perturbação, que se lhes erigem, na estrada humana, em adversários persistentes.

*

       Se contas com bastante discernimento para ajuizar, quanto à situação dos companheiros em problemas e obstáculos maiores que os teus, nos bancos escolares da vida, compadece-te deles, ofertando-lhes o amparo de que disponhas.

       E se trazem ao mundo um fardo de provações tão grandes que não possam, com teu apoio, atenuar o rigor do currículo de provas em que se matricularam, auxilia-os como possas, e, longe de reprová-los ante o sofrimento ou a perturbação em que se mergulham, ora por eles e confia-os a Deus, na certeza de que Deus, velando por nós todos, saberá como, quando e onde fará por todos eles o mais e o melhor.

 

 

 

Emmanuel – De “Busca e acharás”

de Francisco Cândido Xavier

ELES VIVEM

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos. C...