CAPÍTULO XXVIII
Não transferir aos amigos, sejam quais forem, a culpa de
nossos fracassos ou qualquer das obrigações que a vida nos atribui.
CAPÍTULO XXIX
Recordemos a sábia advertência do apóstolo Paulo:
— Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe, não caia.”
CAPÍTULO XXX
Importante saber se já recolhemos dificuldades e
provações por reais benefícios;
Se procuramos renovar-nos constantemente, em espírito,
para fazer o melhor ao nosso alcance;
O que estamos produzindo a favor do próximo, seja no
trabalho remunerado ou na atividade gratuita das boas obras;
Se já sabemos esquecer as ofensas alheias, tanto quanto
desejamos que as nossas sejam esquecidas;
Se o nosso entusiasmo é invariável na prática do bem.
CAPÍTULO XXXI
Toda frase, no mundo da alma, é semelhante a engenho de
projeção suscitando imagens na câmara oculta do pensamento.
Temos assim, frases e frases:
duras como o aço;
violentas como fogo;
suaves como brisa;
reconfortantes como sol;
mordentes quais lâminas;
providenciais como bálsamos.
Saibamos, desse modo, compor as nossas frases com as
nossas melhores palavras, nascidas de nossos melhores sentimentos, porque toda
peça verbal rende luz ou sombra, felicidade ou sofrimento, bem ou mal para
aquele que lhe faz o lançamento na Criação.
CAPÍTULO XXXII
Levantarás magnificentes construções terrestres, mas
enquanto não ergueres em ti próprio o templo da paz, alcançado no dever
nobremente cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da
genuína tranquilidade.
CAPÍTULO XXXIII
Necessário abrir o coração à bondade, o cérebro à
compreensão, a existência ao trabalho, o passo ao bem, o verbo à fraternidade.
Imperioso abrir igualmente o livro edificante ao estudo, a bolsa à
beneficência, a capacidade à cooperação e o caminho à hospitalidade.
CAPÍTULO XXXIV
A cada passo, ouvimos de companheiros plenamente
capacitados para o exercício das obras, afirmações como estas:
— “Compreendendo a necessidade do esforço no bem, mas
não estou preparado para tomar compromissos.”
— “Quem sou eu para auxiliar?!...”
— “Não tenho merecimento...”
— “Sou criatura indigna de viver...”
Entretanto, esses mesmos amigos, nas lides materiais,
não se acanham de asseverar que estão procurando melhoria de nível, seja no
campo do trabalho, na esfera dos vencimentos, no cultivo da inteligência ou nos
recursos da profissão.
CAPÍTULO XXXV
Quem te poderá fazer mal, se procuras somente o bem?
Pensa nisso, atendendo a isso, e verificarás que a segurança íntima reside em
ti mesmo, qual acontece à paz da alma, que vem a ser patrimônio de cada um.
CAPÍTULO XXXVI
A moeda, a cultura da inteligência, o verbo fulgurante e
a segurança social nem sempre conseguem suprimir os problemas da pobreza,
porque não nos é lícito esquecer a pobreza de espírito.
CAPÍTULO XXXVII
Distribuindo alimento às vítimas da penúria, abstém-te
de azedar o pão com o vinagre da reprimenda, respeitando a condição dos que lhe
batam à porta.
CAPÍTULO XXXVIII
Há doentes do corpo e doentes da alma. É forçoso não
esquecer isso, porque todos eles são credores de entendimento e bondade, amparo
e restauração. Diante de quem quer que seja, em posição menos digna perante as
leis da harmonia que governam o Universo e a Vida, recordemos as palavras do
Cristo: “não são os que gozam saúde que precisam de médico.”
CAPÍTULO XXXIX
Jamais transfigurar a verdade em bastão de castigo, mas
dosá-la e usá-la no veículo do amor, à maneira de esclarecimento e remédio,
renovação e consolo, escola e incentivo à prática do bem.
CAPÍTULO XL
O adversário é sempre alguém digno de auxílio ao nosso
alcance, mas nem sempre, com desculpa de amor, devemos fazer aquilo que ele
estima fazer.
De “O
LIGEIRINHO”
de
Francisco Cândido Xavier
pelo
Espírito Emmanuel
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