quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

E O ADÚLTERO?




“E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre,
esta mulher foi apanhada, no próprio
ato, adulterando.” (João, 8:4)


O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve considerações muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver o mal nos semelhantes, sem enxergá-lo em si mesmo.
Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do errôneo conceito de adultério unilateral.
Se a infeliz fora encontrada em pleno delito, onde se recolhera o adúltero que não foi trazido a julgamento pelo cuidado popular? Seria ela a única responsável? Se existia uma chaga no organismo coletivo, requisitando intervenção a fim de ser extirpada, em que furna se ocultava aquele que ajudava a fazê-la?
A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou-se por infinita sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o peso da culpa na mulher desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou dos que se achavam sem pecado.
O grande e espontâneo silêncio, que então se fez, constituiu resposta mais eloqüente que qualquer declaração verbal.
Ao lado da mulher adúltera permaneciam também os homens pervertidos, que se retiraram envergonhados.
O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que se integram, contudo, num trabalho essencialmente uno, dentro do plano da evolução universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o outro, porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar.
Se as mulheres desviadas da elevada missão que lhes cabe prosseguem sob triste destaque no caminho social, é que os adúlteros continuam ausentes da hora de juízo, tanto quanto no momento da célebre  sugestão de Jesus.
https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

NA CRUZ

“Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se.” – (Mateus, 27:42) Sim, ele redimira a muitos... Estendera o amor e a verd...