“E,
pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre,
esta mulher
foi apanhada, no próprio
ato,
adulterando.” (João, 8:4)
O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve
considerações muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver
o mal nos semelhantes, sem enxergá-lo em si mesmo.
Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do errôneo
conceito de adultério unilateral.
Se a infeliz fora encontrada em pleno delito, onde se recolhera o
adúltero que não foi trazido a julgamento pelo cuidado popular? Seria ela a
única responsável? Se existia uma chaga no organismo coletivo, requisitando
intervenção a fim de ser extirpada, em que furna se ocultava aquele que ajudava
a fazê-la?
A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou-se por infinita
sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o peso da culpa na
mulher desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou dos que se
achavam sem pecado.
O grande e espontâneo silêncio, que então se fez, constituiu resposta
mais eloqüente que qualquer declaração verbal.
Ao lado da mulher adúltera permaneciam também os homens pervertidos, que
se retiraram envergonhados.
O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que se
integram, contudo, num trabalho essencialmente uno, dentro do plano da evolução
universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o outro,
porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar.
Se as mulheres desviadas da elevada missão que lhes cabe prosseguem sob
triste destaque no caminho social, é que os adúlteros continuam ausentes da
hora de juízo, tanto quanto no momento da célebre sugestão de Jesus.

Emmanuel/Chico
Xavier
Livro: Pão Nosso
Livro: Pão Nosso
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