sexta-feira, 28 de junho de 2019

CONVITE À VIGILÂNCIA




“... Vigiai e orai para que não entreis em
tentação.” (Marcos: capítulo 14º, versículo 38)


Nem sempre a aparência trai a periculosidade que possui oculta.
Sutil, faz-se agradável, penetrando a pouco e pouco as resistências que a obstaculam.
Aqui surge discreta, produzindo simpatia; ali se apresenta comedida, causando interesse; noutros lugares assume características enlevantes, conseguindo cordialidade, aceitação.
Raramente assoma frente a frente, mas, quando tal ocorre, seus efeitos são imediatos, trágicos..
Na vilegiatura que empreende ao redor de todos faz-se voraz, no entanto, quando rechaçada ou deixada à margem, reúne forças e retoma o caminho, revestindo-se de novo aspecto, a fim de insistir no programa nefando.
Insaciável, seduz paulatinamente, com promessas de ventura, destruindo os que lhe caem nas malhas...
Conivindo às suas diretrizes mesmo por negligência, somente poucas vítimas logram liberação. Quando tal ocorre o tributo a pagar é de alto e pe noso valor.
Referimo-nos à tentação.
Tóxico, envenena facilmente.
Ácido, queima e requeima sem parar.
Prazer, dilui os sentimentos e anestesia os deveres dilacerando a responsabilidade, deixando inermes os valores morais que exornam o caráter.
Não se lhe dê trégua em momento algum.
Sua força faz-nos recordar a lendária Fênix ressurgindo das cinzas em que se consumira.
Pode estar presente na ira e viver no ódio ultriz; aparece no ciúme e se alimenta na vingança; vige na ambição de qualquer porte e respira no clima da usura; agride na traição e ressurge na hipocrisia...
Nem sempre, porém, se permite identificar através dos aspectos negativos, repelentes.
Mais cruel e poderosa quando disfarçada de mentira dourada ou ilusão subornante, pelo tempero da censura, ou no açodar dos instintos com habilidade, no envolver da bajulação...
Necessário vigiar as entradas do coração e permanecer no posto da prece.
A vigilância regular, insistente, é-lhe o antídoto valioso, incorruptível de que ninguém pode prescindir para colimar êxito nos empreendimentos relevantes do bem.
Examina a própria fragilidade e não permitas que a presunção te cicie quimeras, porqüanto, através dela, não poucas vezes a tentação tem acesso ao espírito, neste estabelecimento morada da qual só mui   raramente vai expulsa e, quando ocorre ser exilada, deixa marcas de difícil extinção.
Ora, portanto, mas vigia, também.



Convites da Vida
Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

quinta-feira, 27 de junho de 2019

INSISTAMOS NO BEM




       Alguém recusou a verdade e a bênção de que te fizeste mensageiro?
       Insiste ainda.
       Não abandones o ensejo de estender o bem.
       Não profiras palavra de maldição, não acuses, não critiques.
       Cada criatura vive no centro de problemas nem sempre acessíveis ao nosso primeiro olhar.
       Persevera nas demonstrações de bondade e compreensão.
       É possível que a tua frase contundente fira o próximo.
       Ministremos a cada doente o remédio que lhe corresponde.
       O sorriso de fraternidade, a ajuda silenciosa, a humildade sem alarde, a flor da gentileza e o gesto amigo cabem, prodigiosamente, em qualquer parte.
       Acima do “convencer”, permanece o “auxiliar”.
       Ao grelo tenro não se pedem os frutos da árvore venerável e do vinagre compacto não se deve esperar a corrente de mel.
       Aproveitemos o tempo, espalhando o amor com que o Cristo nos dotou os corações.
       É possível que o veio de ouro esteja profundo na montanha da ignorância e da maldade...
       Insistamos, porém, e lavremos a terra, penetrando-lhe os recessos, sem ruído e sem ofensa.
       Dificuldades incontáveis ocultam, ainda hoje, a visão da riqueza escondida?
       Não importa.
       Amanhã, o sol reaparecerá, outra vez, no horizonte, a chuva da divina misericórdia terá lavado os detritos do solo e atingiremos a glória da realização.
       Atende ao bem, agora, em paz, hoje e amanhã, aqui e onde estiveres, porque Jesus igualmente persiste nele e prometeu que o Reino da Luz será conferido a quantos saibam perseverar até o fim.



De “Nosso Livro”, de Francisco Cândido Xavier
– Espíritos diversos – Emmanuel

quarta-feira, 26 de junho de 2019

CONVITE À TRANQUILIDADE




“E procurai viver tranqüilamente...”
(1 Tessalonicenses: capítulo 4º, versículo 11)


Mais produz quem o faz com equilíbrio.
Melhor ajuda aquele que coopera com tranqüilidade.
Maior eficiência a que decorre da ação paciente, constante.
A tranqüilidade, por essa razão, em todos os momentos da vida é de salutar necessidade.
Vivendo sob condicionamentos decorrentes da violência que se espraia por toda parte, o homem, convidado a decisões e atitudes, raramente age impulsionado pela tranqüilidade que reflexiona, inspirando diretrizes de segurança. O impacto resultante da alta carga de informações de variada ordem que o assalta, através dos veículos de comunicação, leva-o a reagir, no que incide em precipitadas resoluções de conseqüências poucas vezes felizes.
Acoimado por necessidades imediatas, no imenso campo das competições, à revelia da vontade, exaspera-se por nonadas, intoxicando-se, em regime de demorado curso, até a exaustão ou o desequilíbrio total, na rampa da alucinação.
Diz-se que manter a tranqüilidade ante a injustiça, face às surpresas desagradáveis que nos assaltam, sob condições inesperadas é de todo impossível...
Não é verdade, porém. Mister, bem se depreende, facultar condições para que vicejem as expressões da paciência no coração e na mente, em perene tranqüilidade.
Para esse desiderato, deve o homem confiar em Deus plenamente, entregando-Lhe a vida e deixando-se conduzir.
Consciente de que todo mal aparente redunda num bem real e que toda aflição faculta resgate de dívida passada, nenhuma conjuntura infeliz consegue alterar o ritmo da tranqüilidade interior. Mesmo quando experimentando sofrimento, tal estado não conduz à rebeldia, à desesperação, à deserção.
O estudo das “leis de causalidade”, a que se refere a Doutrina Espírita, a pouco e pouco esclarece o entendimento humano, consolidando convicções em torno da Divina Justiça, que estabelece as linhas do destino e da vida de modo a felicitar o espírito na jornada evolutiva; o exercício da vontade bem dirigida, mediante pequenos esforços, constantes disciplinas, necessárias continências; a meditação como norma de elevação dos pensamentos e cultivo das idéias superiores; a oração que faculta o estabelecimento da ponte entre o “eu propínquo” dos homens e o “Tu longinquo”, porém próximo da Divindade são métodos excelentes para a aquisição da tranqüilidade.
Em qualquer situação mantém a tranqüilidade e não te desesperes.
Muitas vezes parece que o auxílio divino te chegará tardiamente. Logo após, fazendo revisão das ocorrências, constatarás que o socorro celeste sempre chega “dez minutos antes” da hora grave, resolvendo o problema.
Persevera, pois, em tua tranqüilidade sempre.



Convites da Vida
Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

terça-feira, 25 de junho de 2019

CONVITE AO TRABALHO




“Trabalhai não pela comida que perece,
mas pela comida que permanece
para a vida eterna, a qual o Filho do Homem
vos dará.” (João: capítulo 6º, versículo 27)


Na hora do desespero, exclamas: “é demais!”
Acoimado pelo sofrimento, descarregas: “Não suporto mais.”
Vitimado pela incompreensão, gritas: “Ninguém me compreende.”
Dominado pelo cansaço, proferes: “Irei parar por aqui.”
Sob o açodar do desânimo, afirmas: “Faltam-me forças.”
Malsinado pela ingratidão, desabafas: “Nunca mais.
Ante as injunções da época, explicas: “Não serei eu a sacrificar-me.”
Há outras expressões constantes, que atestam os momentos infelizes, em que, não raro, cristãos e espíritas lúcidos saturados das relações habituais e dos contínuos insucessos desta ou daquela natureza, permitem revelar o estado de ânimo, gerando desalinho interior e fomentando o desequilíbrio nos demais companheiros, que deles esperam a lição da segurança e da harmonia, em qualquer circunstância das atividades evolutivas nas quais te encontras empenhado.
Mister retificar a conceituação, quando clarificado pelo Evangelho de Jesus Cristo.
Consubstanciá-lo nos atos diários é tarefa inadiável, que não se pode procrastinar.
O trabalho é sempre veículo de renovação, processo dignificante, em cujo exercício o homem se eleva, elevando a humanidade com ele.
Sejam quais forem as tuas possibilidades sociais ou econômicas, trabalha!
Se necessitas armazenar moedas, com finalidade previdenciária, trabalha sem desânimo.
Se projetas a aquisição honrosa da paz e do pão, trabalha com proficiência.
Se és independente, trabalha pelo bem comum, convertendo a hora da ociosidade em bênção para os outros.
Trabalhando, estarás menos vulnerável à agressão dos males ou à leviandade dos maus. O trabalho é mensagem de vida, colocada na direção da criatura para construir a felicidade que todos perseguimos.
Recorda o apelo do Mestre: “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará.”, e não desfaleças, porque o trabalho contínuo e nobre falará pelos teus pensamentos e palavras em atos que te seguirão até além das fronteiras da vida orgânica.



Convites da Vida
Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

IDEIA ESPÍRITA




“Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou,
também eu vos envio a vós”.– Jesus.
(João, 20:21)

“Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão,
aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que
a aceitarão; porque principalmente entre os mártires do trabalho
nas provações terrenas, encontrareis fervor e fé. Ide; esses
receberão com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santo consolação
que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas
aflições que a Terra lhes destina”.
(ESE, Cap. 20.4)


                Todos nós, em Doutrina Espírita, desaprovamos qualquer inclinação ao exclusivismo e à intransigência.
                Nenhuma religião existe órfã da Providência Divina.
                Nenhuma parcela da verdade reponta na Terra, endereçada ao desapreço.
                Por outro lado, não ignoramos que a transmissão dos nossos princípios começa na reforma individual.
                Chamados, porém, a colaborar na seara da Nova Revelação, é necessário consagrar o melhor de nós mesmos à ideia espírita, de modo a prestigiá-la e desenvolvê-la.
                Nada fácil adquirir escritórios e rotativas da grande imprensa, mas todos, sem exceção, dispomos de meios, ainda que modestos, a fim de apoiar essa ou aquela folha doutrinária que a divulgue.
                Muito difícil senhorear integralmente as atividades de emissora moderna, contudo, ninguém aparece tão desvalido que não possa ofertar pequeno esforço para que ela seja mantida em minutos breves pela onda radiofônica ou pelos canais da televisão.
                Nem sempre manejaremos a tribuna coroada pela retórica perfeitamente unida à gramática, no entanto, a humildade é acessível a todos, a fim de que a frase sincera consiga expô-la com franqueza e carinho, edificando a quem ouve.
                Muito raramente, lograremos organizar editoras para o lançamento de obras em massa, todavia, nenhum de nós está impedido de oferecer um livro que a contenha para consolo e esclarecimento a quem lê.
                Em toda parte, surge o impositivo da ideia espírita: na interpretação religiosa para que a fé não se converta em fanatismo; nos estudos filosóficos, para que a exposição verbal não seja discurso infrutífero; nas realizações científicas, para que a experimentação não se faça loucura; nas empresas da arte, para que o sentimento não se deprecie no vício.
                O mundo tem sede de raciocínio, em torno da imortalidade da alma, do intercâmbio espiritual, da reencarnação, da morte física, dos valores mediúnicos, da desobsessão, das incógnitas da mente, dos enigmas da dor e, sobretudo, ao redor das Leis Divinas a funcionarem, exatas, na consciência de cada um.
                Para que obtenhamos solução a semelhantes problemas, urge saibamos trabalhar pela difusão da ideia espírita, na construção da Era Nova, irradiando a com todos os recursos lícitos ao nosso alcance, com base no veículo do exemplo.

                 
Emmanuel
Livro da Esperança
Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 24 de junho de 2019

CONVITE À TOLERÂNCIA





“Mas para que os não escandalizemos...”
(Mateus: capítulo 17º, versículo 27)

A calúnia vil se origina comumente na suspeita sordida.
O incêndio que lavra com voracidade é fruto, às vezes, de uma fagulha indisciplinada.
A cólera devastadora surge, não raro, da contínua irreflexão.
A seara feliz tem começo no grão.
O gesto estóico que salva vidas nasce na piedade fraternal.
A molécula, o átomo, a célula de tão insignificante aparência são, no entanto, os elementos básicos encontrados em toda parte.
Também a gota de leite e o bálsamo medicamentoso, o trapo e a moeda singela, o alfabeto e o Evangelho ofertados lentamente aos que transitam pelos caminhos do mundo, de pequena monta, são essenciais à felicidade de todos.
A tolerância, também, aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar, é lição viva de fé e elevação, que não pode ser desdenhada.
Tolerar, no entanto, não significa conivir.
Desculpar o êrro não é concordar com ele.
Entender e perdoar a ofensa, não representa ratificá-la.
Indispensável, não entrar em área de atrito, quando podes contornar o mal aparente a favor do bem real.
Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a, em regime de continuidade, defrontarás com os excelentes resultados do bem onde estejas, com quem convivas.
Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, seguindo os mesmos caminhos de todos com atitude correta na busca dos alvos dignificantes, é relevante testemunho de tolerância.
Jesus, o perene Instrutor, convidado a pagar o tributo, aquiesceu, elucidando: “para os não escandalizarmos”, cumprindo, assim, com os deveres junto a César para melhor desincumbir-se dos sublimes compromissos para com Deus.



Convites da Vida
Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

POSSE

Aquilo de que abrimos mão é o que verdadeiramente nos pertence.   Quem se nega aos outros não tem a posse de si mesmo.   Jesus, sobr...