Queres o restabelecimento da
saúde do corpo e isso é justo.
Mas, atende ao que te lembra um
amigo que já se vestiu de vários corpos e compreendeu, depois de longas lutas,
a necessidade da saúde espiritual.
A tarefa humana já representa,
por si, uma oportunidade de reerguimento aos espíritos enfermos. Lembra-te,
pois, de que tua alma está doente e precisa curar-se sob os cuidados de Jesus,
o nosso Grande Médico.
Nunca pensaste que o Evangelho
é uma Receita Geral para a humanidade sofredora?
É muito importante combater as
moléstias do corpo; mas, ninguém conseguirá eliminar efeitos quando as causas
permanecem.
Usa os remédios humanos, porém,
inclina-te para Jesus e renova-te, espiritualmente, nas lições de seu amor.
Recorda que Lázaro, não
obstante voltar do sepulcro, em sua carne, pela poderosa influência do Cristo,
teve de entregar seu corpo ao túmulo, mais tarde. O Mestre chamava-o a novo
ensejo de iluminação da alma imperecível, mas não ao absurdo privilégio da
carne imutável.
Não somos as células orgânicas
que se agrupam, a nosso serviço, quando necessitamos da experiência terrestre.
Somos espíritos imortais e esses microrganismos são naturalmente intoxicados,
quando os viciamos ou aviltamos, em nossa condição de rebeldia ou de
inferioridade.
Os estados mórbidos são
reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais íntimas.
Não trates as doenças com pavor
e desequilíbrio das emoções. Cada uma tem sua linguagem silenciosa e se faz
acompanhar de finalidades específicas.
A hepatite, a indigestão, a
gastralgia, o resfriado são ótimos avisos contra o abuso e a indiferença. Por
que preferes bebidas excitantes, quando sabes que a água é a boa companheira,
que lava os piores detritos humanos? Por que o excesso dos frios no verão e a
demasia de calor nos tempos de inverno? Acaso ignoras que o equilíbrio é filho
da sobriedade? O próprio irracional tem uma lição de simples impulso,
satisfazendo-se com a sombra das árvores na secura do estio e com a benção do
sol nas manhãs hibernais. Pela tua inconformação e indisciplina, desordenas o
fígado, estragas os órgãos respiratórios, aborreces o estômago. Observamos,
assim, que essas doenças-avisos se verificam por causas de ordem moral. Quando
as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as congestões, as nefrites,
os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas. Por não se conformar o homem, com
os desígnios do Pai que criou as leis da natureza como regulamentos naturais
para a sua casa terrestre, submete as células que o servem ao desregramento,
velha causa de nossas ruínas.
E que dizermos da sífilis e do
alcoolismo procurados além do próprio abuso?
Entretanto, no capítulo das
enfermidades que buscam a criatura, necessitamos considerar que cada uma tem
sua função justa e definida.
As moléstias dificilmente
curáveis, como a tuberculose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o
câncer, são escoadouros das imperfeições.
A epidemia é uma provação
coletiva, sem que essa afirmativa, no entanto, dispense o homem do esforço para
o saneamento e higiene de sua habitação. Há dores íntimas, ocultas ao público,
que são aguilhões salvadores para a existência inteira. As enfermidades
oriundas dos acidentes imprevistos são resgates justos. Os aleijões são parte
integrante das tabelas expiatórias. A moléstia hereditária assinala a luta
merecida.
Vemos, portanto, que a doença,
quando não seja a advertência das células queixosas do tirânico senhor que as
domina, é a mensageira amiga convidando a meditações necessárias.
Desejas a cura; é natural. Mas,
precisas tratar-te a ti mesmo para que possas remediar ao teu corpo. Nos
pensamentos ansiosos, recorre ao exemplo de Jesus. Não nos consta que o Mestre
estivesse algum dia de cama; todavia, sabemos que ele esteve na cruz. Obedece,
pois, a Deus e não te rebeles contra os aguilhões. Socorre-te do médico do
mundo ou de teu irmão do plano espiritual, mas, não exijas milagres, que esses
benfeitores da terra e do céu não podem fazer. Só Deus te pode dar acréscimo de
misericórdia, quando te esforçares por compreendê-lo.
Não deixes de atender às
necessidades de teus órgãos materiais que constituem a tua vestimenta no mundo;
mas, lembra-te do problema fundamental que é a posse da saúde para a vida
eterna. Cumpre teus deveres, repara como te alimentas, busca prever antes de
remediar e, pelas muitas experiências dolorosas que já vivi no mundo terrestre,
recorda comigo aquelas sábias palavras do Senhor ao paralítico de Jerusalém:
- "Eis que já estás são,
não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior."
Pelo
Espírito Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Coletânea do Além
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