Declaraste não possuir dinheiro para auxiliar.
Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de níquel te substituem o coração?
Esqueceste, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao
necessitado?
A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e entretanto espalha perfume no
firmamento.
O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.
Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela
manhã?
O oxigênio cobra-te imposto?
Quanto te custa a ternura materna?
As aves cantam gratuitamente.
A fonte que te oferece o banho reconfortador não exige mensalidade.
A árvore abre-te os braços acolhedores, repletos de flor e fruto, sem pedir
vintém.
A bênção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono
e não fazes retribuição de espécie alguma. Habitualmente sonhas, colhendo rosas
em formoso jardim, junto de companheiros felizes; no entanto, jamais te
lembraste de agradecer aos gênios espirituais que te proporcionam venturoso
descanso.
A estrela brilha sem pagamento.
O Sol não espera salário.
Por que não aprenderes com a Natureza em torno?
Por que não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?
Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas
recursos materiais para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres.
Sê irmão de teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.
Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.
Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.
Estende os braços, alonga o coração, comunica-te com o próximo, através dos
fios brilhantes da amizade fiel.
Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?
Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse à distância, por
temer-nos a rudeza e a maldade?
Dá de ti mesmo, em toda parte.
Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.
De “Alvorada
Cristã”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio
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