sexta-feira, 18 de novembro de 2016

DÁ DE TI MESMO





       Declaraste não possuir dinheiro para auxiliar.

      Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de níquel te substituem o coração?

       Esqueceste, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao necessitado?

       A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e entretanto espalha perfume no firmamento.

       O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.

       Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?

       O oxigênio cobra-te imposto?

       Quanto te custa a ternura materna?

       As aves cantam gratuitamente.

       A fonte que te oferece o banho reconfortador não exige mensalidade.

       A árvore abre-te os braços acolhedores, repletos de flor e fruto, sem pedir vintém.

       A bênção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono e não fazes retribuição de espécie alguma. Habitualmente sonhas, colhendo rosas em formoso jardim, junto de companheiros felizes; no entanto, jamais te lembraste de agradecer aos gênios espirituais que te proporcionam venturoso descanso.

       A estrela brilha sem pagamento.

       O Sol não espera salário.

       Por que não aprenderes com a Natureza em torno?

       Por que não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?

       Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas recursos materiais para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres.

       Sê irmão de teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.

       Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.

       Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.

       Estende os braços, alonga o coração, comunica-te com o próximo, através dos fios brilhantes da amizade fiel.

       Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?

       Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse à distância, por temer-nos a rudeza e a maldade?

       Dá de ti mesmo, em toda parte.

       Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.



De “Alvorada Cristã”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio

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