quinta-feira, 1 de setembro de 2016

RAZÕES DA VIDA



Indagas, muita vez, alma querida e boa:
- "Meu Deus, por que essa dor que me atormenta o ser?"
E segues, trilha afora, em pranto oculto,
De sonho encarcerado, a lutar e a sofrer.

Anelas outro clima, outro lar e outros rumos,
Entretanto, o dever te algema o coração dorido
Ao campo de trabalho que abraçaste,
Atendendo, na Terra, a divino sentido.

Antes de renascer, os seres responsáveis
Notam as próprias dívidas quais são
E suplicam a Deus lhes conceda no mundo
Caminho que os leve à redenção.

Não recalcitres, pois, contra os próprios encargos
Que te parecerem fardos de problemas,
Encontras-te no encalço da conquista
De bênçãos imortais e alegrias supremas.

A lágrima que vertes padecendo
Longas tribulações  entre lutas e crises
É um remédio da vida  em nossos olhos,
Que nos faculte ver os irmãos infelizes.

O abandono dos seres que mais amas
Criando-te a aflição em que choras e anseias.

É um curso de lições em que aprendemos
Quanto custam na estrada as angústias alheias.
Familiares que te contrariam
Trazem-nos a lembrança os gestos rudes
Com que outrora ferimos entes caros
No fel de nossas próprias atitudes.

Afeição de outras eras que descubras
Querendo-lhe debalde a presença e a união,
É instrumento de amor que te inspira a renúncia
Para o trabalho da sublimação.

A experiência humana é breve aprendizado
E essa tribulação que te fere e domina
É recurso dos Céus, em nosso amparo,
Zelo, defesa e luz da Bondade Divina.

Sofre sem reclamar a prova que te coube,
Mesmo que a dor te espanque  atingindo apogeus...
E, um dia, exclamarás, ante os sóis de outra vida:
-       "Bendita seja a Terra!... Obrigado  meu Deus!..."




Francisco Cândido Xavier por Maria Dolores. In: A vida conta

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMPANHEIROS ALTERADOS

  Quantas pessoas te cruzam o caminho, em plenitude de sanidade física, suportando enfermidades espirituais que desconheces? Se conduzidas...