quinta-feira, 8 de setembro de 2016

NA FALANGE DOS ESPÍRITOS BENIGNOS





        Terminada que foi  a alocução, pronunciada com a mais sagrada das eloquências e que, de modo geral, imperfeitamente reproduzo, com os meus olhos nublados de pranto, ouvi o soluço de muitos dos circunstantes, que choravam sob o império da mais forte emoção.

        Então oramos, acompanhando os inspirados impulsos daquele enviado celeste, que procurava incutir-nos a fé, a esperança e a resignação, através das suas palavras compassivas e piedosas.

        Um luar indescritível, projetando-se na tribuna que lhe guardava ainda a luminosa figura, banhou as nossas frontes, e pude observar que a atmosfera se impregnava de capitoso perfume. Percebi ainda que, sobre as naves encantadas do templo, profusamente caíram flores iguais às rosas terrenas, mas que se desfaziam ao tocar em nossas cabeças como taças fluidas de luminosidade e de aroma.

        Ah, como chorei naquele dia! Minh’alma frágil se comovia sob indômita emotividade; mas, desde aquele instante, incorporei-me à grande falange dos espíritos benignos que mourejavam em suas tarefas ao lado da Terra, trabalhando pelo bem dos seus semelhantes, beneficiando-se simultaneamente no mais útil dos aprendizados.


De “Cartas de uma morta”, de Francisco Cândido Xavier
pelo Espírito Maria João de Deus

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