Aceitemos realmente a dor na condição de apoio celeste com que a Divina Providência nos enriquece o caminho.
Toda a natureza para ajudar a experiência do homem, alimentando-o e amparando-o, padece constantes dilacerações.
Para transformar-se em sementeira proveitosa, morre o grão aquecido no solo.
Para converter-se a espiga em farinha, humilha-se, asfixiada, sob a mó que a tritura.
Para dar-se em pão abençoado á mesa, submete-se a farinha à elevada tensão no forno.
Para servir no levantamento do edifício, sofre a pedra a pressão do martelo.
Para oferecer-se em beleza e brilho, obedece o seixo bruto ao buril que aprimora.
Para responder às necessidades do conforto, desce o tronco aos insultos da lâmina.
Para contribuir no progresso, encontra o metal as injúrias do fogo.
A responsabilidade na oficina do caráter é a luz que engrandece todo o espírito que lhe atente a obrigação.
Não lamentes a dificuldade e nem amaldiçoes o sofrimento que porventura te busquem.
Não temas a dor, na escola da vida, e recolhe, em silêncio, as bênçãos de que se faz emissária.
Não te enganes com as aparências.
Quando te vejas no usufruto dessa ou daquela promoção, atento às circunstâncias do mundo, às imposições em que a existência se te condiciona, escolhe a senda da abnegação, em auxílio aos outros, porque o Senhor nos ensinou, em espírito e verdade, que somente a preço do esforço máximo pela vitória do bem com o esquecimento de todo o egoísmo, é que escalaremos o monte da paz com a nossa própria renovação.
Francisco Cândido Xavier
por Emmanuel. In: Nascer e Renascer
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