Incerteza parece coisa de
pouca monta, mas é assunto de importância fundamental no caminho de cada um.
*
As criaturas entram na
instabilidade moral, habituam-se a ela, e passam ao domínio das forças
negativas sem perceber.
Dizem-se confiantes pela
manhã e acabam indecisas à Noite.
Frequentemente rogam em
prece:
- Senhor! Eis-me diante
de tua vontade!...
Mostra-me o que devo
fazer!...
E quando o Senhor lhes
revela, através das circunstâncias, o quadro de serviço a expressar-se,
conforme as necessidades a que se ajustam, exclamam em desconsolo:
- Quem sou eu para
realizar semelhante tarefa?
Não tenho forças.
Ai de mim que sou
inútil!...
Sabem que é preciso
servir para se renovarem, mas paradoxalmente esperam renovar-se sem servir.
Dispõem de verbo fácil e
muitas vezes se proclamam inabilitadas para falar auxiliando a alguém nas
construções do Espírito.
Possuem dedos ágeis,
quais filtros inteligentes engastados nas mãos; entretanto, costumam
asseverar-se inseguras na execução das boas obras.
Ouvem preleções
edificantes ou mergulham-se na assimilação de livros nobres, prometendo
heroísmo para o dia seguinte, mas, passada a emoção, volvem à estaca zero, à
maneira de viajante que desiste de avançar nos primeiros passos de qualquer
jornada.
Louvam na rua o
equilíbrio e a serenidade e, às vezes, dentro de casa, disputam campeonatos de
irritação.
O dever jaz à frente, a
oportunidade de elevação surge brilhando, os recursos enfileiram-se para o
êxito e realizações chamam urgentes, mas preferem a fuga da obrigação sob o
pretexto de que é preciso cautela para evitar o mal, quando o bem francamente
lhes bate à porta.
*
Trabalho, ação,
aprendizado, melhoria!...
Não te ponhas à espera
deles sob a imaginária incapacidade de procurá-los, à vista de imperfeições e
defeitos que te marcaram ontem.
Realização pede apoio da
fé.
Mãos à obra.
Tudo o que serve para
corrigir, elevar, educar e construir, nasce primeiramente no esforço da vontade
unida à decisão.
Francisco
Cândido Xavier por Emmanuel. In: Rumo Certo
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