Emmanuel
O amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas.
Brilha em tudo e em tudo palpita na mesma vibração de sabedoria
e beleza.
É fundamento da vida e justiça de toda a Lei.
Surge, sublime, no equilíbrio dos mundos erguidos à glória da
imensidade, quanto nas flores anônimas esquecidas no campo.
Nele fulgura, generosa, a alma de todas as grandes religiões que
aparecem, no curso das civilizações, por sistemas de fé à procura da comunhão
com a Bondade Celeste, e nele se enraíza todo o impulso de solidariedade entre
os homens.
Plasma divino com que Deus envolve tudo o que é criado, o amar é
o hábito d’Ele mesmo, penetrando o Universo.
Vemo-lo, assim, como silenciosa esperança do Céu, aguardando a
evolução de todos os princípios e respeitando a decisão de todas as
consciências.
Mercê de semelhante bênção, cada ser é acalentado no degrau da
vida em que se encontra.
O verme é amado pelo Senhor, que lhe concede milhares e milhares
de séculos para levantar-se da viscosidade do abismo, tanto quanto o anjo que O
representa junto do verme.
A seiva que nutre a rosa é a mesma que alimenta o espinho
dilacerante.
Na árvore em que se aninha o pássaro indefeso, pode acolher-se a
serpente com as suas armas de morte.
No espaço de uma penitenciária, respira, com a mesma segurança,
o criminoso que lhe padece as grades do sofrimento e o correto administrador
que lhe garante a ordem.
O amor, repetimos, é o reflexo de Deus, Nosso Pai, que se
compadece de todos e que ninguém violenta, embora, em razão do mesmo amor
infinito com que nos ama, determine estejamos sempre sob a lei da
responsabilidade que se manifesta para cada consciência, de acordo com as suas
próprias obras.
E, mando-nos, permite o Senhor perlustrarmos sem prazo o caminho
de ascensão para Ele, concedendo-nos, quando impensadamente nos consagramos ao
mal, a própria eternidade para reconciliar-nos com o Bem, que é Sua Regra
Imutável.
Herdeiros d’Ele que somos, raios de Sua Inteligência Infinita e sendo
Ele mesmo o Amor Eterno de Toda a Criação, em tudo e em toda parte, é da
legislação por Ele estatuída que cada espírito reflita livremente aquilo que
mais ame, transformando-se, aqui e ali, na luz ou na treva, na alegria ou na
dor a que empenhe o coração.
Eis por que Jesus, o Modelo Divino, enviado por Ele à Terra para
clarear-nos a senda, em cada passo de seu Ministério tomou o amor ao Pai por
inspiração de toda a vida, amando sem a preocupação de ser amado e auxiliando
sem qualquer idéia de recompensa.
Descendo à esfera dos homens por amor, humilhando-se por amor,
ajudando e sofrendo por amor, passa no mundo, de sentimento erguido ao Pai
Excelso, refletindo-lhe a vontade sábia e misericordiosa.
E, para que a vida e o pensamento de todos nós lhe retratem as
pegadas de luz, legou-nos, em nome de Deus, a sua fórmula inesquecível:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Do livro "Pensamento
e Vida", Emmanuel, Francisco C. Xavier
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