Emmanuel
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos,
são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações,
que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. ("O Evangelho
Segundo o Espiritismo", XIV, item 8.)
Estudos e pesquisas se multiplicam,
nos domínios da psicologia, quanto às complexidades do mundo infantil, e o
exame das vinculações se destaca à vista.
Cada pequenino é um campo de
tendências inatas, com tamanha riqueza de material para a observação do analista,
que, debalde, se lhe penetrará os meandros da individualidade, Baseando-nos no
trabalho biológico de construção do ser, assente em milênios numerosos, é
indubitável que surpreenderemos na criança todo o equipamento dos impulsos
sexuais prontos à manifestação, quando a puberdade lhe assegure mais amplo
controle do carro físico.
E, com esses impulsos, eis que lhe
despontam do espírito as inclinações para maior ou menor ligação com esse ou
aquele companheiro do núcleo familiar.
O jogo afetivo, porém, via de regra
se desenrola mais intensivamente entre ela e os pais, reconhecendo-se para logo
se os laços das existências passadas estão mais fortemente entretecidos com o
genitor ou a genitora.
Debitando-se ao impulso sexual quase
todos os alicerces da evolução sobre os quais se nos levanta a formação de
espírito, é compreensível que o sexo apareça nas cogitações dos pequeninos em
seu desenvolvimento natural, e, nesse território de criações da mente infantil,
ser-nos-á fácil definir a direção dos arrastamentos da criança, se para os
ascendentes paternos ou maternos, porquanto aí revelará precisamente as
tendências trazidas de estâncias outras que o passado arquivou.
Com frequência, mas não sempre, as
filhas propendem mais acentuadamente para a ligação com os pais, enquanto que
os filhos se pronunciam por mais entranhado afeto para com as mães.
Subsistirá, no entanto, qualquer
estranheza nisso, quando não ignoramos que toda a estrutura psicológica, em que
se nos erguem os destinos, foi manipulada com os ingredientes do sexo, através
de milhares de reencarnações e, aceitando os princípios de causa e efeito que
nos lastreiam a experiência, desconheceremos, acaso, que os instintos sexuais
nos orientaram a romagem, por milênios e milênios, no reino animal, edificando
a razão que hoje nos coroa a inteligência? Apreciando isso, recordemos o cipoal
das relações poligâmicas de que somos egressos, quanto aos evos transcorridos,
e entenderemos, com absoluta naturalidade, os complexos da personalidade
infantil.
Assim sucede, porque herdamos
espiritualmente de nós mesmos, pelas raízes do renascimento físico,
reencontrando, matematicamente, na posição de filhos e filhas, aqueles mesmos
companheiros de experiência sentimental, com os quais tenhamos contas por
acertar.
Atentos a semelhante realidade, somos
logicamente impulsionados a concluir que os vínculos da criança, de uma forma
ou de outra, em qualquer distrito de progresso e em qualquer clima afetivo,
solicitam providências e previdências, que sintetizaremos tão somente numa
palavra única: educação.
Do
livro "Vida e Sexo", Emmanuel e Francisco C. Xavier
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