Se a resposta que esperamos à oração parece tardia,
habitualmente nos destemperamos em amargura.
Proclamamos haver hipotecado todas as forças de
espírito à confiança na Providência Divina e gritamos, ao mesmo tempo, que as
tribulações ficaram maiores.
Dizemo-nos fiéis a Deus e afirmamo-nos esquecidos.
Convém observar, porém, que a provação não nos
alcança de maneira exclusiva.
As nossas dificuldades são as dificuldades de nosso
grupo.
Familiares e companheiros sofrem conosco o impacto
das ocorrências desagradáveis, tanto quanto a fricção do cotidiano pela
sustentação da harmonia comum.
Se para nós, que nos asseveramos alicerçados em
conhecimento superior, as mortificações do caminho assumem a feição de
suplícios lentos, que não serão elas para aqueles de nossos entes queridos,
ainda inseguros da própria formação espiritual.
Compreendamos que, se na extinção dos nosso
problemas pequeninos, requisitamos o máximo de proteção ao Senhor, é natural
que o Senhor nos peça o mínimo de concurso na supressão dos grandes infortúnios
que abatem o próximo.
Em quantos lances embaraçosos, somos, de fato, a
pessoa indicada à paciência e à tolerância, ao entendimento e ao serviço?
Com semelhante raciocínio, reconhecemos que a pior
atitude, em qualquer adversidade, será sempre aquela da dúvida ou da
inquietação que venhamos a demonstrar.
Em supondo que a solução do Auto demora a caminho,
depois de havermos rogado o favor da Infinita Bondade, recordemos que se a hora
de crise é o tempo de luta, é também a ocasião para os melhores testemunhos de
fé; e que se exigimos o amparo do Senhor, em nosso benefício, é perfeitamente
justo que o Senhor nos solicite algum amparo, em favor dos que se afligem,
junto de nós.
Francisco Cândido
Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna