Muitos dos nossos irmãos, que se estatelam sob o peso dos mais aturdentes
padeceres, não guardam o mínimo entendimento em torno do que vivem, nem se
aprestam, em razão disso, ao esforço superador.
Encontramos, de fato, aqueles que, embora açodados por lancinantes agonias,
mantêm-se acomodados ao seu ninho de agruras, como se assim devesse ser a vida,
sem qualquer manifestação nobilitante no sentido de modificar o ritmo das
coisas.
Temos os que, diante dos problemas, assumem atitude amadurecida, enquanto
faceando o tormento, procurando desfazer-lhe a causa, determinando o advento de
situações melhores.
Conhecemos outros que, perante a enfermidade soez, alteram múltiplos
dispositivos, antes comuns em suas vidas, ensejando a requisição da saúde,
evitando, desde então, as condições em que novamente se instale a aflição.
Presenciamos tantos companheiros da luta diária, que, quando enfrentam a sombra
da violência, buscam acender o facho da indulgência, sem que, com isto,
aplaudam o mal ou se amedrontem, neuroticamente; tomam as providências
cabíveis, para que o drama não volte a dar-se.
Em volta dos episódios com as criaturas, há, sem dúvida, muita dor, muito
sofrer. Entretanto, identificamos muita inconsciência, quando não renteamos a
omissão perigosa e aniquiladora dos ideais superiores.
O Espiritismo, na sua feição de Consolador, não louva a modorra, quando as
situações requerem disposição corajosa e lúcida.
Em seu empenho de renovar o ser humano, a Doutrina Espírita prescreve esforço
para o amor e para a instrução, admitindo que, pelo amor, desenvolveremos
paciência e afabilidade, para que nos advenha a resignação necessária, ante o
inevitável; porém, será por meio da elucidação, que o conhecimento engendra,
que lograremos resolver os problemas que nos alcancem e evitar, através de
atitudes claras e firmes, no bem, que os fatos infelizes e frustradores se
repitam em nossa estrada, ou, em caso de retornarem por outras mãos, não nos
atinjam, desestruturando-nos o âmago do ser.
Para que vivamos felizes, dentro dessa felicidade que a Terra já nos permite
fruir, será preciso enfrentar as lutas, verdadeiramente ásperas, contudo,
desenvolvendo a conscientização, quanto aos nossos recursos internos e
externos, que nos ajudem a conjurá-las.
Cícero Pereira - De “Nossas
Riquezas Maiores”, de J. Raul Teixeira
Diversos Espíritos
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