As muitas tarefas a que atendes
exaurem tuas forças e o cansaço anula possibilidades valiosas, que poderias
aplicar em realizações de maior profundidade.
Fascinado pelos serviços
de variada ordem nos quais buscas esquecer problemas de outro quilate, ao te
dares conta, estás vencido, sem o controle que se faz preciso, para maior
avanço nas vias da evolução.
Examina os compromissos
que te assoberbam e seleciona-os.
Põe em ordem o que deves
executar para que o tempo te seja pródigo.
Disciplina as
realizações para que se submetam ao teu comando otimista.
Trabalho que enfada é
labor que deprime.
Há trabalhos que podes e
deves fazer e há deveres que outros podem executar, na tua esfera de ação.
Os serviços de
superfície absorvem e desesperam, porquanto se multiplicam sem cessar.
Fugir do que necessitas
vencer, significa transferência de luta para tempo e espaço posterior.
Se buscas o cansaço para asfixiar a ansiedade que te persegue, raciocinas como
o opiômano, que se entrega a um tormento para a outro tormento fugir.
A Doutrina Espírita,
iluminando a mente do homem, dá-lhe os instrumentos de fácil manejo para
dissecar os dramas que perturbam, libertando dos falsos problemas resultantes
da indisciplina do próprio espírito.
Em face da necessidade
de um exame acurado da dificuldade que se faz empecilho à evolução, o aluno do
Cristo deve atirar-se ao trabalho, sem dúvida, mas, primeiramente precisa
capacitar-se com os valores que o habilitem para a paz legítima, a fim de
adquirir alegria nas realizações, desintoxicando-se dos vapores da estafa que
irrita, entorpece e dispõe mal.
Usa a “hora morta”
meditando.
Cultiva a leitura
espírita como norma de aprendizagem.
Conhecendo a Doutrina,
perceberás as sutilezas de que se utilizam nossos adversários, já
desencarnados, e assim mais facilmente poderás enfrentá-los.
O autoconhecimento, como
a auto-iluminação, constituem tesouros que devem ser trabalhados.
Ler ou estudar são
hábitos.
O espírita não pode
prescindir do estudo.
Estudo também é
trabalho...
Não somente merecimento
pelo esforço físico, mas também evolução pela renovação íntima ante a luz do
conhecimento.
Não menosprezes, desse
modo, nos teus labores, o significado da palavra refazimento.
Refazer as forças no
repouso representa desdobrar possibilidade de ação contínua.
Nem o sono entorpecente,
nem a ação devastadora.
Repouso pode ser
entendido como troca de atividades, que funciona como higiene mental, em que
encontres prazer sem tédio, alegria sem irritabilidade.
As atividades espíritas
para o teu espírito são de alto teor. Dá-lhes prioridade.
Que se dirá de quem,
tendo feito muito, nada fez pela serenidade de si mesmo?
Não vale semear uma
gleba sem-fim, entregando-a aos parasitos, aos insetos e às ervas daninhas.
Planta e zela.
Levanta o caído e anda
um pouco com ele.
Ajuda o necessitado e
anima-o um tanto mais.
Os que são levantados e
não dispõem de forças para manter-se, quando lhes falta o auxílio, retornam ao
chão...
Trabalho e recuperação
podem ser considerados termos do mesmo binômio evolutivo.
Amanhã farás o que hoje
não conseguires.
Muitas vezes surgem
interrogações a respeito dos desaparecimentos do Mestre, nas narrativas
evangélicas.
Conjecturas de vária
procedência tomam corpo, tentando elucidações.
No entanto, após os
labores exaustivos junto ao povo, habitualmente o Senhor buscava orar em
profundo silêncio, meditar em demorados solilóquios.
Retemperava, assim, as
próprias energias para a áspera liça de esclarecer e consolar, atuando junto
aos corações desarvorados e mentes em desalinho, pacificador e harmônico,
distribuindo serenidade e equilíbrio como fonte inesgotável, cujas nascentes
refrescantes tinham origem nos Céus.
Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis. In: Dimensões da Verdade
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