Nos tempos atuais do
mundo, a cada dia surgem numerosas leis que pretendem normatizar as relações
sociais dos indivíduos, as relações empresariais ou as relações internacionais.
Outras leis tombam, ao mesmo tempo, revogadas por não mais atender às
necessidades das áreas para as quais foram criadas.
Leis que foram feitas para manter
privilégios de famílias reais ou imperiais tiveram que tombar perante o
insurgimento dos povos, face à ilegitimidade ou mesmo à imoralidade daqueles
estatutos.
Leis que estabeleciam a cidadania,
consignando direitos e deveres de todos e de cada um foram bem-vindas, dando
melhor configuração às relações da sociedade.
Leis que conferiam poderes
discricionários para determinadas categorias de homens contra outros homens
tiveram que cair diante dos movimentos sociais que, desejosos de eliminar
privilégios e abusos oligárquicos ou grupais, expuseram as próprias vidas em
favor de uma vida melhor para o futuro.
Leis que aboliram sistemas
escravistas, alevantando a pessoa para os degraus da dignificação onde devia
estar, foram bem-vindas nas sociedades em que foram firmadas, anunciando tempos
novos nas interações humanas.
Leis que propugnavam pela
perseguição dos opositores dos mandatários, enquanto ofereciam premiações a
bajuladores e fâmulos covardes, quanto oportunistas, foram derrotadas e
substituídas tão logo se foi desenvolvendo o amadurecimento dos legisladores
dotados de mais nítida visão dos fundamentos da vida social.
Leis que favoreciam qualquer cidadão
a concorrer a cargos públicos, por concursos ou sufrágio popular, foram
bem-vindas por significar o exercício da justiça que estabelece a igualdade de
direito entre pessoas de uma sociedade.
É francamente perceptível que a
verdadeira justiça ainda não é a virtude mais apreciada em todas as sociedades
do mundo.
Reconhecem-se, em incontáveis
países, a força do arbítrio de consciências dominadoras, governando pela força
das armas ou pelo intelecto mal conduzido, ou, ainda, pela troca de
favorecimentos imorais ao arrepio de quaisquer venerandas leis existentes.
Encontram-se povos que ainda
suportam a fome de alimentos, num mundo onde triunfa o desperdício e o mau uso
dos bens públicos, a despeito de qualquer legislação, por mais lúcida que seja.
Ainda se vê, nos dias da atualidade,
o domínio de povos sobre povos por causa de criminosos interesses no seu
subsolo, nas suas riquezas culturais ou em suas posições estratégicas para fins
beligerantes ou comerciais.
Tudo isso, porém, terá que passar um
dia conforme os ensinamentos de Jesus.
Todas as leis de exceção
desaparecerão da Terra logo que tenham desaparecido os motivos que levaram
indivíduos ou sociedades a se inscrever em
difíceis processos de expiação.
Como a cada um será concedido
conforme suas obras, o Cristo não veio para quebrar a ordem vigorante no
Universo, e a lei de causa e efeito faz parte dessa ordem, respondendo pela
Justiça Divina.
No entanto, para poupar os justos
dos efeitos drásticos do desequilíbrio humano, os tempos serão abreviados, em
atendimentos aos preceitos da Misericórdia do Alto, diminuindo as agruras, as
asperidades desses dias difíceis.
As leis de Deus, que Jesus não veio
descumprir, são de perfeita justiça mas, igualmente, de perfeito amor. Nelas
nenhum privilégio, nenhuma concessão indevida.
Jesus Cristo é Aquele que não veio
destruir as leis divinas. Veio, em verdade, dar-lhes execução, desarticulando
as leis humanas que, em oposição aos preceitos do Criador, ainda semeiam
sombras, ainda impõem brutalidade e apóiam a indignidade com que são tratadas
tantas comunidades indefesas.
(De “Quem é o Cristo?”, de J.
Raul Teixeira, pelo Espírito Francisco de Paula Vitor – Ed. Fráter)
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