quarta-feira, 28 de agosto de 2024

EM NOSSA LUTA


“Segundo o poder que o Senhor me deu
para edificação, e não para destruição.”
– Paulo. (II Coríntios, 13:10)

Em nossa luta diária, tenhamos suficiente cuidado no uso dos poderes que nos foram emprestados pelo Senhor.

A ideia de destruição assalta-nos a mente em ocasiões incontáveis.

Associações de forças menos esclarecidas no bem e na verdade?

Somos tentados a movimentar processos de aniquilamento.

Companheiros menos desejáveis nos trabalhos de cada dia?

Intentamos abandoná-los de vez.

Cooperadores endurecidos?

Deixá-los ao desamparo.

Manifestações apaixonadas, em desacordo com os imperativos da prudência evangélica?

Nossos ímpetos iniciais resumem-se a propósitos de sufocação violenta.

Algo que nos contrarie as ideias e os programas pessoais?

Nossa intolerância cristalizada reclama destruição.

Entretanto, qual a finalidade dos poderes que repousam em nossas mãos, em nome do Divino Doador?

Responde-nos Paulo de Tarso, com muita propriedade, esclarecendo-nos que recebeu faculdades do Senhor para edificar e não para destruir.

Não estamos na obra do mundo para aniquilar o que é imperfeito, mas para completar o que se encontra inacabado.

Renovemos para o bem, transformemos para a luz.

O Supremo Pai não nos concede poderes para disseminarmos a morte. Nossa missão é de amor infatigável para a Vida Abundante.

 

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

DIANTE DA INCOMPREENSÃO

 

    - Junto aos nossos companheiros de Jornada Terrestre, inúmeras vezes provamos o fel amargo da incompreensão.

    Façamos o possível para adaptar todas as nossas aspirações dentro do Evangelho.

    Não nos impressionemos com as atitudes incompreensíveis daqueles a quem nos ligamos pelo código do Dever.

    Se o passado fala muito forte em seus corações, amemos-lhes intensamente, entregando-lhes a Deus.




(Margarida/Francisco Cândido Xavier. Em: Aceitação e vida)

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

REPOUSO TAMBÉM

 

          As muitas tarefas a que atendes exaurem tuas forças e o cansaço anula possibilidades valiosas, que poderias aplicar em realizações de maior profundidade.    
          Fascinado pelos serviços de variada ordem nos quais buscas esquecer problemas de outro quilate, ao te dares conta, estás vencido, sem o controle que se faz preciso, para maior avanço nas vias da evolução.
          Examina os compromissos que te assoberbam e seleciona-os.
          Põe em ordem o que deves executar para que o tempo te seja pródigo.
          Disciplina as realizações para que se submetam ao teu comando otimista.
          Trabalho que enfada é labor que deprime.
          Há trabalhos que podes e deves fazer e há deveres que outros podem executar, na tua esfera de ação.
          Os serviços de superfície absorvem e desesperam, porquanto se multiplicam sem cessar.
          Fugir do que necessitas vencer, significa transferência de luta para tempo e espaço posterior.
Se buscas o cansaço para asfixiar a ansiedade que te persegue, raciocinas como o opiômano, que se entrega a um tormento para a outro tormento fugir.
          A Doutrina Espírita, iluminando a mente do homem, dá-lhe os instrumentos de fácil manejo para dissecar os dramas que perturbam, libertando dos falsos problemas resultantes da indisciplina do próprio espírito.
          Em face da necessidade de um exame acurado da dificuldade que se faz empecilho à evolução, o aluno do Cristo deve atirar-se ao trabalho, sem dúvida, mas, primeiramente precisa capacitar-se com os valores que o habilitem para a paz legítima, a fim de adquirir alegria nas realizações, desintoxicando-se dos vapores da estafa que irrita, entorpece e dispõe mal.
          Usa a “hora morta” meditando.
          Cultiva a leitura espírita como norma de aprendizagem.
          Conhecendo a Doutrina, perceberás as sutilezas de que se utilizam nossos adversários, já desencarnados, e assim mais facilmente poderás enfrentá-los.
          O autoconhecimento, como a auto-iluminação, constituem tesouros que devem ser trabalhados.
          Ler ou estudar são hábitos.
          O espírita não pode prescindir do estudo.
          Estudo também é trabalho...
          Não somente merecimento pelo esforço físico, mas também evolução pela renovação íntima ante a luz do conhecimento.
          Não menosprezes, desse modo, nos teus labores, o significado da palavra refazimento.
          Refazer as forças no repouso representa desdobrar possibilidade de ação contínua.
          Nem o sono entorpecente, nem a ação devastadora.
          Repouso pode ser entendido como troca de atividades, que funciona como higiene mental, em que encontres prazer sem tédio, alegria sem irritabilidade.
          As atividades espíritas para o teu espírito são de alto teor. Dá-lhes prioridade.
          Que se dirá de quem, tendo feito muito, nada fez pela serenidade de si mesmo?
          Não vale semear uma gleba sem-fim, entregando-a aos parasitos, aos insetos e às ervas daninhas.
          Planta e zela.
          Levanta o caído e anda um pouco com ele.
          Ajuda o necessitado e anima-o um tanto mais.
          Os que são levantados e não dispõem de forças para manter-se, quando lhes falta o auxílio, retornam ao chão...
          Trabalho e recuperação podem ser considerados termos do mesmo binômio evolutivo.
          Amanhã farás o que hoje não conseguires.
          Muitas vezes surgem interrogações a respeito dos desaparecimentos do Mestre, nas narrativas evangélicas.
          Conjecturas de vária procedência tomam corpo, tentando elucidações.
          No entanto, após os labores exaustivos junto ao povo, habitualmente o Senhor buscava orar em profundo silêncio, meditar em demorados solilóquios.
          Retemperava, assim, as próprias energias para a áspera liça de esclarecer e consolar, atuando junto aos corações desarvorados e mentes em desalinho, pacificador e harmônico, distribuindo serenidade e equilíbrio como fonte inesgotável, cujas nascentes refrescantes tinham origem nos Céus.


 

Divaldo P. Franco por  Joanna de Ângelis. In: Dimensões da Verdade

domingo, 25 de agosto de 2024

MAIS UM POUCO


 Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio nos poupará enormes desgostos.

*
        Quando fores tentado a examinar as consciências alheias, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência nos livrará de muitas complicações.
*
        Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-nos-á bênção de luz.
*
        Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o entendimento mais um pouco e não sofreremos o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.
*
        Quando a lição oferecer dificuldades à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será clara resposta à nossa expectativa.
*
        Quando a ideia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-nos-á alegria perene.
*
        Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo votará ao nosso campo de ação.
*
        Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue auxiliando aos outros, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.
*
        Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco mais de paciência, amor, renúncia e boa vontade, em favor de teu próprio bem-estar.
*
        O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco.





(André Luiz/Francisco Cândido Xavier, em: Apostilas da Vida)

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O CUMPRIMENTO DAS LEIS


“Não vim destruir a lei.” Jesus (Mt, 5:17)


        Nos tempos atuais do mundo, a cada dia surgem numerosas leis que pretendem normatizar as relações sociais dos indivíduos, as relações empresariais ou as relações internacionais. Outras leis tombam, ao mesmo tempo, revogadas por não mais atender às necessidades das áreas para as quais foram criadas.
        Leis que foram feitas para manter privilégios de famílias reais ou imperiais tiveram que tombar perante o insurgimento dos povos, face à ilegitimidade ou mesmo à imoralidade daqueles estatutos.
        Leis que estabeleciam a cidadania, consignando direitos e deveres de todos e de cada um foram bem-vindas, dando melhor configuração às relações da sociedade.
        Leis que conferiam poderes discricionários para determinadas categorias de homens contra outros homens tiveram que cair diante dos movimentos sociais que, desejosos de eliminar privilégios e abusos oligárquicos ou grupais, expuseram as próprias vidas em favor de uma vida melhor para o futuro.
        Leis que aboliram sistemas escravistas, alevantando a pessoa para os degraus da dignificação onde devia estar, foram bem-vindas nas sociedades em que foram firmadas, anunciando tempos novos nas interações humanas.
        Leis que propugnavam pela perseguição dos opositores dos mandatários, enquanto ofereciam premiações a bajuladores e fâmulos covardes, quanto oportunistas, foram derrotadas e substituídas tão logo se foi desenvolvendo o amadurecimento dos legisladores dotados de mais nítida visão dos fundamentos da vida social.
        Leis que favoreciam qualquer cidadão a concorrer a cargos públicos, por concursos ou sufrágio popular, foram bem-vindas por significar o exercício da justiça que estabelece a igualdade de direito entre pessoas de uma sociedade.
        É francamente perceptível que a verdadeira justiça ainda não é a virtude mais apreciada em todas as sociedades do mundo.
        Reconhecem-se, em incontáveis países, a força do arbítrio de consciências dominadoras, governando pela força das armas ou pelo intelecto mal conduzido, ou, ainda, pela troca de favorecimentos imorais ao arrepio de quaisquer venerandas leis existentes.
        Encontram-se povos que ainda suportam a fome de alimentos, num mundo onde triunfa o desperdício e o mau uso dos bens públicos, a despeito de qualquer legislação, por mais lúcida que seja.
        Ainda se vê, nos dias da atualidade, o domínio de povos sobre povos por causa de criminosos interesses no seu subsolo, nas suas riquezas culturais ou em suas posições estratégicas para fins beligerantes ou comerciais.
        Tudo isso, porém, terá que passar um dia conforme os ensinamentos de Jesus.
        Todas as leis de exceção desaparecerão da Terra logo que tenham desaparecido os motivos que levaram indivíduos ou sociedades a se inscrever em
difíceis processos de expiação.
        Como a cada um será concedido conforme suas obras, o Cristo não veio para quebrar a ordem vigorante no Universo, e a lei de causa e efeito faz parte dessa ordem, respondendo pela Justiça Divina.
        No entanto, para poupar os justos dos efeitos drásticos do desequilíbrio humano, os tempos serão abreviados, em atendimentos aos preceitos da Misericórdia do Alto, diminuindo as agruras, as asperidades desses dias difíceis.
        As leis de Deus, que Jesus não veio descumprir, são de perfeita justiça mas, igualmente, de perfeito amor. Nelas nenhum privilégio, nenhuma concessão indevida.
        Jesus Cristo é Aquele que não veio destruir as leis divinas. Veio, em verdade, dar-lhes execução, desarticulando as leis humanas que, em oposição aos preceitos do Criador, ainda semeiam sombras, ainda impõem brutalidade e apóiam a indignidade com que são tratadas tantas comunidades indefesas.



(De “Quem é o Cristo?”,  de J. Raul Teixeira, pelo Espírito Francisco de Paula Vitor – Ed. Fráter)

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

SOFREDORES INCONSCIENTES


        Muitos dos nossos irmãos, que se estatelam sob o peso dos mais aturdentes padeceres, não guardam o mínimo entendimento em torno do que vivem, nem se aprestam, em razão disso, ao esforço superador.

       Encontramos, de fato, aqueles que, embora açodados por lancinantes agonias, mantêm-se acomodados ao seu ninho de agruras, como se assim devesse ser a vida, sem qualquer manifestação nobilitante no sentido de modificar o ritmo das coisas.

       Temos os que, diante dos problemas, assumem atitude amadurecida, enquanto faceando o tormento, procurando desfazer-lhe a causa, determinando o advento de situações melhores.

       Conhecemos outros que, perante  a enfermidade soez, alteram múltiplos dispositivos, antes comuns em suas vidas, ensejando a requisição da saúde, evitando, desde então, as condições em que novamente se instale a aflição.

       Presenciamos tantos companheiros da luta diária, que, quando enfrentam a sombra da violência, buscam acender o facho da indulgência, sem que, com isto, aplaudam o mal ou se amedrontem, neuroticamente; tomam as providências cabíveis, para que o drama não volte a dar-se.

       Em volta dos episódios com as criaturas, há, sem dúvida, muita dor, muito sofrer. Entretanto, identificamos muita inconsciência, quando não renteamos a omissão perigosa e aniquiladora dos ideais superiores.

       O Espiritismo, na sua feição de Consolador, não louva a modorra, quando as situações requerem disposição corajosa e lúcida.

       Em seu empenho de renovar o ser humano, a Doutrina Espírita prescreve esforço para o amor e para a instrução, admitindo que, pelo amor, desenvolveremos paciência e afabilidade, para que nos advenha a resignação necessária, ante o inevitável; porém, será por meio da elucidação, que o conhecimento engendra, que lograremos resolver os problemas que nos alcancem e evitar, através de atitudes claras e firmes, no bem, que os fatos infelizes e frustradores se repitam em nossa estrada, ou, em caso de retornarem por outras mãos, não nos atinjam, desestruturando-nos o âmago do ser.

       Para que vivamos felizes, dentro dessa felicidade que a Terra já nos permite fruir, será preciso enfrentar as lutas, verdadeiramente ásperas, contudo, desenvolvendo a conscientização, quanto aos nossos recursos internos e externos, que nos ajudem a conjurá-las.

 


Cícero Pereira - De “Nossas Riquezas Maiores”, de J. Raul Teixeira

Diversos Espíritos

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

VÓS PORTANTO...


“Vós, portanto, amados, sabendo isto de
antemão, guardai-vos de que, pelo
engano dos homens abomináveis, sejais
juntamente arrebatados e descaiais
da vossa firmeza.” - Pedro. (II Pedro, 3:17)

O esclarecimento íntimo é inalienável tesouro dos discípulos sinceros do Cristo.

O mundo está cheio de enganos dos homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência, da religião e ergueram criações chocantes para os espíritos menos avisados; contam-se por milhões as almas com eles arrebatadas às surpresas da morte e absolutamente desequilibradas nos círculos da vida espiritual. Do cume falso de suas noções individualistas precipitam-se em despenhadeiros apavorantes, onde perdem a firmeza e a luz.

Grande número dos imprevidentes encontram socorro justo, porquanto desconheciam a verdadeira situação. Não se achavam devidamente informados. Os homens abomináveis ocultavam-lhes o sentido real da vida.

Semelhante benemerência, contudo, não poderá atingir os aprendizes que conhecem, de antemão, a verdade.

O aluno do Evangelho somente se alimentará de equívocos deploráveis, se quiser. Rodopiará, por isso mesmo, no torvelinho das sombras se nele cair voluntariamente, no capítulo da preferência individual.

O ignorante alcançará justificativa.

A vítima será libertada.

O doente desprotegido receberá enfermagem e remédio.

Mas o discípulo de Jesus, bafejado pelos benefícios do Céu todos os dias, que se rodeia de esclarecimentos e consolações, luzes e bênçãos, esse deve saber, de antemão, quanto lhe compete realizar em serviço e vigilância e, caso aceite as ilusões dos homens abomináveis, agirá sob a responsabilidade que lhe é própria, entrando na partilha das aflitivas realidades que o aguardam nos planos inferiores.

 

 

Vinha de Luz. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel

terça-feira, 20 de agosto de 2024

A EXEMPLO DO CRISTO

 


“Ele bem sabia o que havia no homem.”

– (João, 2:25)


Sim, Jesus não ignorava o que existia no homem, mas nunca se deixou impressionar negativamente.

Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo, trouxe-o da sovinice para a benemerência.

Não desconhecia que Madalena era possuída pelos gênios do mal, entretanto, renovou-a para o amor puro.

Reconheceu a vaidade intelectual de Nicodemos, mas deu-lhe novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida.

Identificou a fraqueza de Simão Pedro, todavia, pouco a pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo do Cristianismo nascente. Vê as dúvidas de Tomé, sem desampará-lo.

Conhece a sombra que habita em Judas, sem negar-lhe o culto da afeição.

Jesus preocupou-se, acima de tudo, em proporcionar a cada alma uma visão mais ampla da vida e em quinhoar cada espírito com eficientes recursos de renovação para o bem.

Não condenes, pois, o próximo porque nele observes a inferioridade e a imperfeição.

A exemplo do Cristo, ajuda quanto possas.

O Amigo Divino sabe o que existe em nós... Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente, recheado de hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.

 

 

 

Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

O FARDO


"Cada qual levará a sua própria carga."
- Paulo: Gálatas, 6:5 

    Quando a ilusão te fizer sentir o peso do próprio sentimento, como sendo excessivo e injusto, recorda que não segues sozinho no grande roteiro. 

    Cada qual tolera a carga que lhe é própria. 

    Fardos existem de todos os tamanhos e de todos os feitios. 

    A responsabilidade do legislador. 

    A tortura do sacerdote. 

    A expectativa do coração materno. 

    A indigência do enfermo desamparado. 

    O pavor da criança sem ninguém. 

    As chagas do corpo abatido. 

    Aprende a entender o serviço e a luta dos semelhantes para que te não suponhas vítima ou herói num campo onde todos somos irmãos uns dos outros, mutuamente identificados pelas mesmas dificuldades, pelas mesmas dores e pelos mesmos sonhos. 

    Suporta o fardo de tuas obrigações valorosamente e caminha. 

    Do acervo de pedra bruta nasce o ouro puro. 

    Do cascalho pesado emerge o diamante. 

    Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as lições de que necessitamos para a vida maior. 

    Dirás, talvez, impulsivamente: - "E o ímpio vitorioso, o mau coroado de respeito e o gozador indiferente? Carregarão, porventura, alguma carga nos ombros?" 

    Responderemos, no entanto, que, provavelmente, viverão sob encargos mais pesados que os nossos, de vez que a impunidade não existe. 

    Se o suor te alaga a fronte e se a lágrima te visita o coração é que a tua carga já se faz menos densa, convertendo-se, gradativamente, em luz para a tua ascensão. 

    Ainda que não possas marchar livremente com o teu fardo avança com ele para a frente, mesmo que seja um milímetro por dia... 

    Lembra-te do madeiro afrontoso que dobrou os ombros doridos do Mestre. Sob os braços duros no lenho infamante jaziam ocultas as asas divinas da ressurreição para a divina imortalidade.

 

 

(Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, em "Segue-me")

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

USE SEUS DIREITOS


       Realmente, você dispõe do direito de :

       de amealhar, em seu benefício, os frutos da experiência;

       de guardar em silêncio a lição que lhe cabe em cada circunstância;

      de reprimir os próprios gastos para atender ao culto do amor ao próximo;

       de acumular os valores morais do caminho por onde passa;

       de aperfeiçoar primeiramente o seu coração, antes de intentar o burilamento de outras almas:

       de socorrer as vidas menos felizes que a sua própria;

       de agasalhar indistintamente os desnudos do corpo e da alma;

       de espalhar a sua influência na preservação da paz e da alegria;

       de mostrar diretrizes superiores ao irmão de luta, colocando-se, antes de tudo, dentro delas;

       de libertar-se dos preconceitos injustos sem alarmar as mentes alheias;

       e de convocar aqueles, com quem convive, ao campo do trabalho edificante, sem exigir nem gritar, mas sim com a mensagem silenciosa de seu exemplo na sustentação do bem, com a certeza de que o dever respeitado e cumprido, é o caminho justo para o direito de crescer com Jesus no serviço da felicidade geral.

 

 

André Luiz (Waldo Vieira)

De “Estude e Viva”

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

SINAIS


Seus dias são marcas no caminho evolutivo...

 

Sua conversação dirá das diretrizes que você escolheu na vida.

 

Suas decisões. nas horas graves, identificam a posição real de seu espírito.

 

Seus gestos, na luta comum, falam de seu clima interior.

 

Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere movimentar-se.

 

Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais.

 

Suas leituras definem os seus sentimentos.

 

Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você tem progredido.

 

Suas solicitações lançam luz sobre os seus objetivos.

 

Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo.

 

Seus dias são marcas no caminho evolutivo. Não se esqueça de que compactas assembleias de companheiros encarnados e desencarnados conhecem-lhe a personalidade e seguem-lhe a trajetória pelos sinais que você está fazendo.

 


(André Luiz/Francisco Cândido Xavier, em Agenda Cristã, Cap. 32)

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

LEI DE RETORNO

 

“E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o
mal, para a ressurreição da condenação.”
Jesus (João, 5:29) 

Em raras passagens do Evangelho, a lei reencarnacionista permanece tão clara quanto aqui, em que o ensino do Mestre se reporta à ressurreição da condenação.

Como entenderiam estas palavras os teólogos interessados na existência de um inferno ardente e imperecível?

As criaturas dedicadas ao bem encontrarão a fonte da vida em se banhando nas águas da morte corporal. Suas realizações do porvir seguem na ascensão justa, em correspondência direta com o esforço perseverante que  desenvolveram no rumo da espiritualidade santificadora, todavia, os que se comprazem no mal cancelam as próprias possibilidades de ressurreição na luz.

Cumpre-lhes a repetição do curso expiatório.

É a volta à lição ou ao remédio.

Não lhes surge diferente alternativa.

A lei de retorno, pois, está contida amplamente nessa síntese de Jesus.

Ressurreição é ressurgimento. E o sentido de renovação não se compadece com a teoria das penas eternas.

Nas sentenças sumárias e definitivas não há recurso salvador.

Através da referência do Mestre, contudo, observamos que a Providência  divina é muito mais rica e magnânima que parece.

Haverá ressurreição para todos, apenas com a diferença de que os bons tê-la-ão em vida nova e os maus em nova condenação, decorrente da criação reprovável deles mesmos.

 


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso
 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

QUE FAZEMOS DO MESTRE?

 

“Que farei então de Jesus, chamado
o Cristo?” - Pilatos. (Mateus, 27:22) 

Nos círculos do Cristianismo, a pergunta de Pilatos reveste-se de singular importância.

Que fazem os homens do Mestre Divino, no campo das lições diárias?

Os ociosos tentam convertê-lo em oráculo que lhes satisfaça as aspirações de menor esforço.

Os vaidosos procuram transformá-lo em galeria de exibição, através da qual façam mostruário permanente de personalismo inferior.

Os insensatos chamam-no indebitamente à aprovação dos desvarios a que se entregam, a distância do trabalho digno.

Grandes fileiras seguem-lhe os passos, qual a multidão que o acompanhava, no monte, apenas interessada na multiplicação de pães para o estômago.

Outros se acercam dEle, buscando atormentá-lo, à maneira dos fariseus arguciosos, rogando “sinais do céu”.

Numerosas pessoas visitam-no, imitando o gesto de Jairo, suplicando bênçãos, crendo e descrendo ao mesmo tempo.

Diversos aprendizes ouvem-lhe os ensinamentos, ao modo de Judas, examinando o melhor caminho de estabelecerem a própria dominação.

Vários corações observam-no, com simpatia, mas, na primeira oportunidade, indagam, como a esposa de Zebedeu, sobre a distribuição dos lugares celestes.

Outros muitos o acompanham, estrada a fora, iguais a inúmeros admiradores de Galileia, que lhe estimavam os benefícios e as consolações, detestando-lhe as verdades cristalinas.

Alguns imitam os beneficiários da Judéia, a levantarem mãos-postas no instante das vantagens e a fugirem, espavoridos, do sacrifício e do testemunho.

Grande maioria procede à moda de Pilatos que pergunta solenemente quanto ao que fará de Jesus e acaba crucificando-o, com despreocupação do dever e da responsabilidade.

Poucos imitam Simão Pedro que, após a iluminação no Pentecostes, segue-o sem condições até à morte.

Raros copiam Paulo de Tarso que se ergue, na estrada do erro, colocando-se a caminho da redenção, através de impedimentos e pedradas, até ao fim da luta.

Não basta fazer do Cristo Jesus o benfeitor que cura e protege. É indispensável transformá-lo em padrão permanente da vida, por exemplo e modelo de cada dia.

 

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

POSSE

Aquilo de que abrimos mão é o que verdadeiramente nos pertence.   Quem se nega aos outros não tem a posse de si mesmo.   Jesus, sobr...