quarta-feira, 6 de março de 2024

ORAÇÃO DO SERVO IMPERFEITO

 

Senhor!


          Abençoa-nos, servos imperfeitos que reconhecemos ser, na longa trilha do processo de nossa evolução.
          Encontramo-nos emaranhados em nosso pretérito, onde os espículos da imperfeição acicatam as nossas necessidades.
          Deslumbrados pelo sol da madrugada nova, comprazemo-nos na noite demorada que nos retém, chafurdados na incompreensão e no desequilíbrio.
          Prometendo renovação e paz, detemo-nos na intriga e na desídia.
          Buscando o planalto da redenção, retemo-nos no pantanal do vício. Aspirando liberdade e glória, algemamo-nos à paixão escravizante e ao defeito perturbador.
          Contigo aprendemos que vencedor é aquele que serve, feliz é aquele que doa, fiel é aquele que renuncia.
          Não obstante, disputamos, nos combates aguerridos da inferioridade, os primeiros lugares; nos banquetes da fatuidade sem nos darmos conta de que Tu, Senhor, Excelso Governador da Terra, abandonaste, um dia, o sólio do Empíreo para refugiar-TE na manjedoura, ensejando-nos a madrugada imperecível que traça o rastro luminoso desde o presépio de Belém à cruz de Jerusalém, a fim de dizer-nos que a ressurreição gloriosa é contingência inevitável da morte, em sombras, para o dia imorredouro da plenitude.
          Abençoa-nos, portanto, Senhor, aos discípulos que Te desejamos servir e amar, construindo, no mundo, a Era Nova que o Teu Evangelho restaurado nos traz, a fim de que possamos, no termo da jornada, dizer como o converso de Damasco:
          Já não sou eu quem vive, mas Tu, Senhor, vives em mim.



(Divaldo Pereira Franco por Bezerra de Menezes. In: A prece segundo os Espíritos)

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