domingo, 31 de março de 2024

A ESCORA INFALÍVEL

 


Quando estiveres sob o eclipse total da esperança, não te deixes vencer pela sombra.

Segue adiante, fazendo o bem que possas.

É possível que pedras e espinhos te firam na estrada, quando estejas tateando na escuridão.

Conserva, porém, a serenidade e a coragem porque os agentes contrários à tua marcha são elementos que te analisam as conquistas de humildade e paciência.

Sofre, mas serve e segue.

Se te falharam todos os recursos de proteção do mundo, não te esqueças de que tens contigo a escora infalível de Deus.



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. Distribuição “Os Mensageiros”)

sexta-feira, 29 de março de 2024

A GRANDE TRIBULAÇÃO


        “E Jesus, vendo a multidão ...” informa o evangelista Mateus, no capítulo cinco das suas narrativas.
        Em cada acontecimento da Boa Nova encontramos a figura do Senhor cercada pela multidão:
        — Médico Divino, atendia aos magotes de enfermos de todo matiz, ansiosos das bênção da saúde...
        — Justo Juiz, inspirava a confiança nos corações perturbados pela disputa nos jogos imediatos dos valores perecíveis, de que se faziam mordomos infiéis...
        — Sábio Instrutor, inundava os espíritos sedentos da luz do saber com o verbo eloquente da bondade e do discernimento...
        — Augusto Amigo, socorria as massas desvairadas rumando sem norte...
        — Enviado Celeste, distendia as compassivas mãos em auxílio dos homens, perdidos nas malhas escravizantes da matéria...
        — Sublime Pastor, fez-se o refúgio dos rebanhos humanos sitiados pelos lobos rapazes, em marcha para os abismos da morte.
        Nos lares onde pousava, após as fadigas do dever, demorava-se solicitado pela ansiedade familiar, atendendo aos problemas domésticos.
        No harmonioso cenário da Natureza, acolhia as almas humildes dos discípulos simples, comprometidos com os problemas da carne, entre os desejos do Céu e as necessidades da Terra.
        Nas jornadas pelos longos caminhos, fazia-se alvo das mulheres humildes que Lhe rogavam bênçãos e atenções.
        Somente quando, ocultando-se por entre os ciprestes verdes, desaparecia para mergulhar no oceano da soledade, é que encontrava ensejo para comungar com o Amorável Pai, a fim de logo após descer à multidão desarvorada, aflita e necessitada.
        Materialização do Bem, privou o Excelso Mestre com a decomposição moral da Humanidade.
        Sol esplendente de misericórdia, desceu às furnas do espírito humano comprometido com as sombras.
        Hálito divino nas baixadas terrenas, respirou no clima miasmático das iniquidades daqueles a quem veio servir.
        Jesus é o símbolo e a realidade da vida triunfante.
        Na grande noite que envolve o mundo entre ameaças e conflitos de toda ordem, Sua promessa de ficar conosco até o fim dos tempos é a única esperança que equilibra e conduz as almas ardentes e confiantes.
        “E Jesus, vendo a multidão...” ansiosa, consoante as sábias anotações, abriu sua boca e lhes ensinou, dizendo:
        — “Bem-aventurados...”
        A multidão de hoje, enredada nas mesmas aflições da sociedade de ontem, recebe, no Espiritismo, o Mestre Redivivo, abrindo a boca e ensinando novamente, como outrora:
        — “Toma sobre ti o meu jugo e aprende comigo que sou manso e humilde de coração...”
        Renúncias e sacrifícios são os campos onde se travam as batalhas da redenção.
        Dores e agonias são os tributos exigidos nas guerras continuadas de extermínio ao mal.
        Liberdade e paz serão os lauréis e os espólios a fulgurarem atraentes além das fronteiras bélicas, em que o amor se faz general intimorato, espargindo luz sob o comando do Incansável Lutador, alçando o homem, em triunfo, aos páramos da luz, após a grande tribulação.
        No seio da multidão está a oportunidade de serviço, em nome Daquele que, vendo a multidão, se pôs a ensinar.

 



(Divaldo Pereira Franco por Amélia Rodrigues.
In:  Sementeira da Fraternidade)

quinta-feira, 28 de março de 2024

PALAVRAS DA VIDA ETERNA


"Tu tens as palavras da vida eterna."
— Simão Pedro. (JOÃO. 6:68)

            Rodeiam-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.
            Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.
            Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.
            Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.
            Sugestões de variadas origens.
            Preleções valiosas.
            Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento.
            Palavras faladas... palavras escritas...
            Dentre as expressões verbalistas articuladas ou silenciosas, junto das quais a tua mente se desenvolve, encontrarás, porém, as palavras da vida eterna.
            Guarda teu coração à escuta.
            Nascem do amor insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra.
            Muitas vezes te manténs despercebido e não lhes assinalas o aviso, o cântico, a lição e a beleza.
            Vigia no mundo, isolado de ti mesmo, para que lhes não percas o sabor e a claridade.
            Exortam-te a considerar a grandeza de Deus e a viver de conformidade com as Suas Leis.
            Referem-se ao Planeta como sendo nosso lar e à Humanidade como sendo a nossa família.
            Revelam no amor o laço que nos une a todos.
            Indicam no trabalho o nosso roteiro de evolução e aperfeiçoamento.
            Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-nos a levantar os olhos para o mais alto e para o mais além.
            "Palavras, palavras, palavras..."
            Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o Divino Amigo das Criaturas.
            Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações.



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Fonte Viva)

quarta-feira, 27 de março de 2024

A BOA PARTE

 

       “Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.”
— Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 42)

    Não te esqueças da “boa parte” que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.
    O fogo destrói, mas transporta consigo o ele­mento purificador.
    A pedra é contundente, mas consolida a segu­rança.
    A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação.
    A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.
    Assim também há criaturas que, em se revelan­do negativas em determinados setores da luta hu­mana, são extremamente valiosas em outros.
    A apreciação unilateral é sempre ruinosa.
    A imperfeição completa, tanto quanto a perfei­ção integral, não existem no plano em que evoluímos.
    O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo dágua.
    O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.
    A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.
    Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.
    “Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada” — disse-nos o Senhor.
    Assimilemos a essência da divina lição.
    Quem procura a “boa parte” e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Fonte Viva)

terça-feira, 26 de março de 2024

CONTENTAR-SE

 

“Não digo isto como por necessidade,
porque já aprendi a contentar-me com o
que tenho.” Paulo (FILIPENSES, 4, 11)

A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas na Terra.

A vida simples, condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer, foi esquecida pela generalidade dos homens. Esmagadora percentagem das súplicas terrestres não consegue avançar além do seu acanhado âmbito de origem.

Pedem-se a Deus absurdos estranhos. Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades, raríssimas pedem apenas o “pão de cada dia”, como símbolo das aquisições indispensáveis.

O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida eterna, porque está sempre ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias.

Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da desmedida ambição. Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence, abandona o material que lhe foi concedido para a evolução própria e atira-se a aventuras de consequências imprevisíveis, em face do seu futuro infinito.

Se já compreendes tuas responsabilidades com o Cristo, examina a essência de teus desejos mais íntimos. Lembra-te de que Paulo de Tarso, o apóstolo chamado por Jesus para a disseminação da verdade divina, entre os homens, foi obrigado a aprender a contentar-se com o que possuía, penetrando o caminho de disciplinas acerbas.

Estarás, acaso, esperando que alguém realize semelhante aprendizado por ti?

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

segunda-feira, 25 de março de 2024

A CORTINA DO “EU”

 

“Porque todos buscam o que é seu e não

o que é do Cristo Jesus.” – Paulo. (Filipenses, 2:21)


Em verdade, estudamos com o Cristo a ciência divina de ligação com o Pai, mas ainda nos achamos muito distantes da genuína comunhão com os interesses divinos.

Por trás da cortina do “eu”, conservamos lamentável cegueira diante da vida.

Examinemos imparcialmente as atitudes que nos são peculiares nos próprios serviços do bem, de que somos cooperadores iniciantes, e observaremos que, mesmo aí, em assuntos da virtude, a nossa percentagem de capricho individual é invariavelmente enorme.

A antiga lenda de Narciso permanece viva, em nossos mínimos gestos, em maior ou menor porção.

Em tudo e em toda parte, apaixonamo-nos pela nossa própria imagem.

Nos seres mais queridos, habitualmente amamos a nós mesmos, porque, se demonstram pontos de vista diferentes dos nossos, ainda mesmo quando superiores aos princípios que esposamos, instintivamente enfraquecemos a afeição que lhes consagrávamos.

Nas obras do bem a que nos devotamos, estimamos, acima de tudo, os métodos e processos que se exteriorizam do nosso modo de ser e de entender, porquanto, se o serviço evolui ou se aperfeiçoa, refletindo o pensamento de outras personalidades acima da nossa, operamos, quase sem perceber, a diminuição do nosso interesse para com os trabalhos iniciados.

Aceitamos a colaboração alheia, mas sentimos dificuldade para oferecer o concurso que nos compete.

Se nos achamos em posição superior, doamos com alegria uma fortuna ao irmão necessitado que segue conosco em condição de subalternidade, a fim de contemplarmos com volúpia as nossas qualidades nobres no reconhecimento de longo curso a que se sente constrangido, mas raramente concedemos um sorriso de boa-vontade ao companheiro mais abastado ou mais forte, posto pelos Desígnios Divinos à nossa frente.

Em todos os passos da luta humana, encontramos a virtude rodeada de vícios e o conhecimento dignificante quase sufocado pelos espinhos da ignorância, porque, infelizmente, cada um de nós, de modo geral, vive à procura do “eu mesmo”.

Entretanto, graças à Bondade de Deus, o sofrimento e a morte nos surpreendem, na experiência do corpo e além dela, arrebatando-nos aos vastos continentes da meditação e da humildade, onde aprenderemos, pouco a pouco, a buscar o que pertence a Jesus-Cristo, em favor da nossa verdadeira felicidade, dentro da glória de viver.


 

Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel

sexta-feira, 22 de março de 2024

ORDEM

“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”
Paulo (Corintios, 14:40)
 

Todos os êxitos da ciência humana se verificam na base da ordem estabelecida pela Sabedoria Divina, em todas as esferas da Criação.

A Astronomia assinala com antecedência determinados fenômenos que se verificarão no Cosmo, à face do equilíbrio em que se regem os movimentos do Universo.

A Medicina formula prognósticos exatos, em vista de contar com a regularidade das ocorrências orgânicas no veículo físico.

Em qualquer região da Terra, é possível prever as horas de sombra e de luz.

Cultivadores orientam atividades na gleba, segundo as estações.

A planta produz, conforme a espécie, e toda enxertia praticada pelo homem se caracteriza por limitações definidas, nas estruturas do reino vegetal.

Tudo na Obra Divina se engrena em princípios de harmonia.

Abstenhamos-nos, pois, de tumultuar as construções do espírito, com a desculpa de exaltar a caridade ou com o pretexto de cumprir a vontade de Deus.

Evolução e aperfeiçoamento constituem realização de todos, atribuindo tarefas a cada um.

A primeira mostra do Desígnio da providência, seja onde for, aparece no dever a que somos chamados na construção do bem comum.

Sejamos assim, leais ao encargo que nos compete.

Qualquer engenho, para atender com segurança, pede ordem. E a ordem solicita se afirme cada peça em seu justo lugar.

 

  

 

Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna

quinta-feira, 21 de março de 2024

QUEIXAS

 

“Irmãos, não vos queixeis uns contra
os outros, para que não sejais condenados.”
– (Tiago, 5:9)

A queixa nunca resolveu problemas de ordem evolutiva, entretanto, se os aprendizes do Evangelho somassem os minutos perdidos nesse falso sistema de desabafo, admirar-se-iam do volume de tempo perdido.

Realmente, muitos trabalhadores valiosos não se referem a sofrimento e serviço, com espírito de repulsa à tarefa que lhes foi cometida.

A amizade e a confiança sempre autorizam confidências; mesmo nesse particular, contudo, vale disciplinar a conversação.

A palavra lamentosa desfigura muitos quadros nobres do caminho, além de anular grandes cotas de energia, improficuamente.

O discípulo do Evangelho deveria, antes de qualquer alusão amargosa, tranquilizar o mundo interno e perguntar a si mesmo: “Queixar por quê? Não será a esfera de luta o campo de aprendizado? Acaso, não é a sombra que pede luz, a dor que reclama alívio? Não é o mal que requisita o concurso do bem?”

A queixa é um vício imperceptível que distrai pessoas bem-intencionadas da execução do dever justo.

Existem obrigações pequeninas e milagrosas que, levadas a efeito, beneficiariam grupos inteiros; todavia, basta um momento de queixa para que sejam irremediavelmente esquecidas.

Se alguém ou algum acontecimento te oferece ocasião ao concurso fraterno, faze o bem que puderes sem reparar a gratidão alheia e, por mais duro te pareça o serviço comum, aprende a cooperar com o Cristo, na solução das dificuldades.

A queixa não atende à realização cristã, em parte alguma, e complica todos os problemas. Lembra-te de que se lhe deres a língua, conduzir-te-á à ociosidade, e, se lhe deres os ouvidos, te encaminhará à perturbação.

 


Livro: Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quarta-feira, 20 de março de 2024

A CARIDADE NUNCA FALHA


“A caridade nunca falha.”
— PAULO. (I CORINTIOS, 13:8)

          Quem escolhe intenções elevadas no desempenho de suas atividades, jamais esbarra em fracasso. 
          Quem perdoa de coração qualquer ofensa, não aloja o arrependimento no íntimo. 
          Quem se vê incompreendido ao elaborar o ato digno, recebe em seu favor a compreensão da Misericórdia de Cima. 
          Quem visa o interesse do próximo na obra em curso, somente descobre motivos para confiar no próprio êxito. 
          Quem estuda para ajudar a outrem com o facho do conhecimento, invariavelmente alcançará o aprendizado. 
          Quem se sacrifica para minorar o sofrimento daqueles que lhe rodeiam a marcha, demanda novos domínios da felicidade essencial. 
          Quem se esforça por viver o amor puro sob qualquer aspecto, acerta sempre no instante de definição. 
          Eis, por que, assevera o Apóstolo aos irmãos de Corinto: 
          - "A caridade nunca falha". 
          Realmente, a caridade expressa a perfeição dentre as manifestações da criatura e dimana, em seus fundamentos, do Amor Infinito de Deus. 
          Um ato de caridade traz em si a argamassa indestrutível da Eterna Perfeição, composta de sabedoria e justiça, trabalho e solidariedade, confiança e paz. 
          O erro torna-se inexeqüível ao espírito quando o coração perdoa sem condições, estuda com dignidade ou trabalha desinteressadamente. 
          Assim, a luz da caridade jamais de extingue. 
          Onde surge, as controvérsias transformam-se em colóquios fraternais, a tristeza rende-se à alegria, o desânimo perde a razão de ser e as almas aceleram o vôo na esteira evolutiva. 
          Muitos aprendizes da Verdade pesquisam sofregamente a fórmula ideal para a vitória na Vida, no entanto, ela aí brilha à mão de qualquer um, estruturada na gradação infinita da caridade. 
          Busquemos, pois, prosseguir sem falhas. 
          Volta o olhar para o cosmo interior e procede à avaliação da própria conduta segundo o câmbio único da virtude sublime e estarás vivendo, em ti mesmo, a batalha sem derrotas, o itinerário sem desvio, a luta sem quedas e a luz sem sombras, sob o beneplácito d'Aquele que é Todo-Amor e Todo-Justiça.

 


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: IDeal Espírita

terça-feira, 19 de março de 2024

CONVITE À SIMPLICIDADE

 

“Considerai os lírios” (Lucas: capítulo 12º, versículo 27)
 

Complementos e atavios representam não poucas vezes dispensáveis adornos.

Como o excesso em uns é escassez noutros, onde abundam complexidades rareiam sensatez e equilíbrio.

O belo exterioriza-se em aura de harmonia e a força da beleza reside na discrição da simplicidade.

A sabedoria consiste em apresentar com simplicidade os mais complexos conceitos, utilizando-se de expressões fáceis.

Supõem muitas pessoas que as construções verbais gongóricas, em que abundam verbetes inusuais, revelam conhecimento. Verdadeiramente tal comportamento reflete exibição de linguagem com prejuízo da clareza na informação.

A vida moderna, com as múltiplas facetas em que se apresenta, constringe o homem, tolhendo-lhe muito da espontaneidade, engendrando fugas psicológicas à realidade, que funcionam como drenos à emoção sobrecarregada de tensão e ansiedade.

Simples, pulcras, são todas as coisas de elevada grandeza e de alto sentido espiritual.

Os homens que se notabilizaram nos diversos campos do conhecimento humano e se revelaram protótipos da beleza espiritual nas artes, na filosofia, mártires da fé e heróis da renúncia, se fizeram caracterizar e se engrandeceram através da simplicidade, envergando as vestes da humildade.

Os utilitaristas estão engajados nos grupos dos oportunistas e se mascaram com artifícios superficiais, impressionando pelo exterior todavia vazios de conteúdo e valor.

Vencem pela força incapazes de se vencerem a si mesmos.

Arrimados à petulância tornam-se violentos e sem qualidades morais legítimas preferem ser temidos por total impossibilidade de se fazerem amados.

Constituem as classes dominadoras, transitando pelos estreitos corredores de tormentosas frustrações, que não raro terminam na porta falsa do suicídio direto ou indireto.

Resguarda-te na simplicidade.

Evita as aparências fulgurantes e malsinadas.

Reflete na lição do Senhor em torno dos lírios do campo e sua beleza comovedora, insuperável, medrando a esmo, do lodo, exteriorizando aroma penetrante.

Ele próprio, Nosso Divino Senhor, cantando e vivendo as excelsas belezas do Reino Celeste, se utilizou da simplicidade de tal modo que o Seu Evangelho continua como um hino de luz tecido com as melodias inspiradas no povo simples e sofredor de todos os tempos.

 

 

Convites da Vida

Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

segunda-feira, 18 de março de 2024

OBREIROS ATENTOS


“Aquele, porém, que atenta bem para a lei

perfeita da liberdade e nisso persevera,

não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor

da obra, esse tal será bem-aventurado

em seus feitos.” – (Tiago, 1:25)


O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra.

Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar.

Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem.

Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se.

Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum.

Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado.



 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Fonte Viva

domingo, 17 de março de 2024

O MOMENTO DE AMOR


     O momento de amor, revestido pelo sentimento fraternal, é a pausa entre a agitação que desgasta e o serviço que enobrece.

     O momento de amor é a ponte colocada entre os extremos do “eu” angustiado e do “próximo” necessitado, a fim de que transitem em segurança as emoções e se renovem os sentimentos.

     O momento de amor expressa o esquecimento de si mesmo para se converter na abnegação em prol do outros.

     Este momento de amor oferece-nos a pausa da reflexão, a fim de que se abram as portas da alma desejosa de ajudar e se participe do sofrimento de que são portadores os que se deixam hipnotizar pela loucura do prazer e da leviandade; os que tombaram inermes no resvaladouro da incúria; os que se agitaram nas labaredas do ódio; os que anestesiaram a consciência aspirando os miasmas da ambição desvairada; os que perseguem, devorados pela inquietação, em razão de se sentirem inseguros e atormentados interiormente; os que desistiram de lutar, de modo a soerguer-se do caos em que se acreditam irremissivelmente arrojados, por falta de uma mão amiga que se alongue na direção do paul em que chafurdam, erguendo-os e os situando no rebanho do Pastor Divino.

     Num momento de amor, Jesus veio à Terra, e, por amor, padeceu todas as conjunturas dolorosas de tempo, de local, de povo...

     Toda a sua vida é um contínuo momento de amor, ensinando que, somente pelo amor, será salvo o homem.

 


(Livro: Intercâmbio mediúnico. Divaldo Pereira Franco por João Cléofas)

POSSE

Aquilo de que abrimos mão é o que verdadeiramente nos pertence.   Quem se nega aos outros não tem a posse de si mesmo.   Jesus, sobr...