Nas curtas viagens do dia-a-dia, todos nós encontramos o próximo, para cuja dificuldade somos o próximo mais próximo.
Imaginemo-nos, assim, numa excursão de cem passos que nos transporte do lar à
rua. Não longe, passa um homem que não conseguimos, de imediato, reconhecer.
“Quem será?”
— perguntamos em pensamento.
E a Lei de
Amor no-lo aponta como alguém que precisa de algo:
se vive em
penúria, espera socorro;
se abastado,
solicita assistência moral, de maneira a empregar, com justiça, as sobras de
que dispõe;
se aflito,
pede consolo;
se alegre,
reclama apreço fraterno, para manter-se ajustado à ponderação;
se é
companheiro, aguarda concurso amigo;
se é
adversário, exige respeito;
se
benfeitor, requer cooperação;
se
malfeitor, demanda piedade;
se doente,
requisita remédio;
se é dono de
razoável saúde, precisa de apoio a fim de que a preserve;
se
ignorante, roga amparo educativo;
se culto,
reivindica estímulo ao trabalho, para desentranhar, a benefício dos
semelhantes, os tesouros que acumula na inteligência;
se é bom,
não prescinde de auxílio para fazer-se melhor;
se é menos
bom, espera compaixão, que o integre na divindade da vida.
Ante o
ensino de Jesus, pelo samaritano da caridade, poderemos facilmente entender que
os outros necessitam de nós, tanto quanto necessitamos dos outros. E, para
atender às nossas obrigações, no socorro mútuo, comecemos, à frente de qualquer
um, pelo exercício espontâneo da compreensão e da simpatia.
(Livro: Caminho Espírita. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)
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