Surgem lances obscuros na existência, nos quais aflições dispensáveis nos visitam o espírito, no pressuposto de que nos achamos fora do plano que nos é próprio.
Quiséramos impensadamente exercer a
função de outrem e, ao mesmo tempo, solicitar que outrem se encarregue da
nossa.
Isso, porém, seria tumultuar a Ordem
Divina.
Não ignoramos que os Emissários do
Senhor nos conhecem de sobra aptidões e recursos. Assim como ocorre aos
engenheiros responsáveis por edificação determinada, que não instalariam o
cimento em lugar do vidro, os Organizadores da Vida não nos designariam posição
estranha às nossas possibilidades de rendimento maior na construção do Reino de
Deus.
Dentro do assunto, não nos será
lícito esquecer que a promoção é ocorrência natural e eleva-nos de nível, mas
promoção realmente aparece tão-só quando nos melhoramos conquistando degraus
acima.
A rigor, porém, urge reconhecer que
nos achamos agora precisamente no ponto e no posto em que nos é possível
produzir mais e melhor. A certeza disso nos fortalece a noção de
responsabilidade, porquanto, cientes de que a Eterna Sabedoria nos permitiu
desempenhar os encargos pelos quais respondemos perante os outros, podemos
centralizar atenção e força, onde estivermos, para doar o máximo de nós mesmos,
na máquina social de que somos peças.
Quando te ocorrer o pensamento de
que deverias ocupar outro ângulo no campo da atividade terrestre, asserena o
coração e continua fiel aos deveres que as circunstâncias te preceituem,
reconhecendo que, em cada dia, estamos na posição em que a Bondade de Deus
conta conosco para o bem geral. Desse modo, para que as tuas horas se
enriqueçam de paz eficiência, no setor de ação que te cabe na Obra do Senhor, se
trazes a consciência tranquila no desempenho das próprias obrigações, é forçoso
de capacites de que és hoje o que és e te vês como te vês, no quadro em que te
movimentas e na apresentação com que te singularizas, porque é justamente como
és, com quem estás no lugar no lugar em que te situas e claramente como te
encontras, que o Senhor necessita de ti.
(De “Alma e Coração”, de Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)
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