Se você soubesse como eu me encontrava, no momento da agressão, certamente que
me não quereria mal, nem pensaria em revide.
O agressor, em verdade,
é mais infeliz, porquanto transfere do seu mundo íntimo agitado toda a
perturbação de que se sente possuído e não se pode conter.
Se você pudesse saber,
realmente, como eu me sentia, vencido pela ira que se fez, a seu turno, meu
demorado algoz, com segurança me daria um crédito de confiança, desculpando-me.
Se você pudesse imaginar
como eu me encontro neste momento!...
Eu o agredi, é verdade,
e reconheço meu erro.
Se você revida, mesmo
que mentalmente, o mal que lhe fiz, apiedo-me, porque você erra, também,
infelicitando-se.
Considere que o cego,
ignorando a luz, não pode avaliar o que perde. Todavia, transita magoado e
infeliz quando não se clareia por dentro.
A minha situação é mais
grave, porquanto, embora vendo, preferi não enxergar...
A vítima é sempre
simpática; o agressor faz-se detestável.
O perseguido inspira
simpatia; o algoz estimula a aversão.
Quem sofre, gera em
torno de si, afetividade; ao passo que o promotor dos sofrimentos, faz-se
odiado.
Jesus sensibilizou a
História e a Humanidade, todavia, os Seus algozes, ainda hoje são o símbolo da
hediondez e da malquerença.
Se você lograsse
compreender as injunções negativas daquela momento, bendiria não haver sido o
agressor, antes, porém, a vítima.
Ajude-me, na tarefa de
soerguimento que ora empreendo, você que se encontra em melhores condições do
que eu.
Se você puder, permaneça
na posição pacífica, na de vítima, tudo envidando para jamais tornar-se algoz
ou agressor de quem quer que seja.
Assim lhe digo, porque
conheço o travo da amargura de sofrer e fingir que tendo razão no mal que lhe
fiz, havê-lo feito muito bem...
Dê-me sua mão, e
erga-me, amigo, necessitado como estou de seu auxílio.
De “Terapêutica de emergência”
Divaldo P. Franco por Marcelo Ribeiro
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