Quando você for defrontado por alguém violento, que o agrida verbalmente ou o ameace fisicamente, recorde-se de que ele é muito infeliz.
Todo aquele
que não recebeu amor na infância ou foi vítima de insucessos emocionais, sempre
perde o endereço de si mesmo e se torna inimigo dos outros.
Conceda-lhe
a graciosa dádiva da bondade que não o torna mais desventurado. Não há quem
resista a um indisfarçável gesto de benevolência.
*
Surpreendido
pela astúcia dos perversos, sempre hábeis na arte de infligir sofrimentos aos
outros, tenha em mente que eles são também impiedosos para consigo mesmos.
A sua
desorientação provém de experiências amargas, nas quais sofreram crueldades e
abandono.
Proporcione-lhes o ensejo de despertar, dando-lhes compreensão. Ninguém recusa
amor, mesmo que, aparentemente reaja com aspereza, o que é falta de hábito em
recebê-lo.
*
No
pandemônio da revolta que grassa violenta em toda parte, anunciando desastres
morais e conjunturas físicas dolorosas, reserve-se o direito de permanecer em
paz.
O
aturdimento que procede de alguns poucos, facilmente contamina o grupo social
que se perturba. O agitador, é alguém que se sentiu desrespeitado nos seus
direitos de criança e, na ocasião, não soube administrar a ira nem a
frustração, agora tornadas bandeiras de comportamento doentio.
Seja
amistoso para com ele, apresentando-lhe o outro lado da existência humana. O
ser carente vive armado contra tudo e todos, até o momento em que se sente
rociado pela presença da brandura.
*
No crepitar
das labaredas das acusações e calúnias contra alguém, gerando situações
asfixiantes e más, continue portador de generosidade para com a vítima.
Quem
delinqüe, perde-se no labirinto de terríveis alucinações morais.
Não fustigue
mais o desditoso, antes aplique temperança para com ele. O solo que arde, não
pode receber mais calor, e sim, água refrescante que lhe diminua e aplaque a
temperatura elevada.
Todos somos
sensíveis à compreensão de alguém para conosco.
Perseguido
pela inveja ou malsinado pela insensatez daquele que não gosta de você,
resguarde-se na compaixão para com ele.
A
insegurança que o leva a afligi-lo é resultado da família com a qual viveu e de
quem somente recebeu lições de impiedade e malquerença.
Ele
gostaria, por certo, de ser como você, e, na impossibilidade de que se dá
conta, tenta amargurá-lo.
Ofereça-lhe o
silêncio em resposta de brandura, que o alcançará inexoravelmente,
alterando-lhe a atitude interior. Nada pode detê-la, e quem a recebe jamais
prossegue como antes.
*
Na raiz de muitos males, que
afligem e desconcertam a criatura, o desamor de que foi objeto, na atual ou em
anterior reencarnação, é o responsável pelo seu transtorno.
Naturalmente, quem lhe experimenta o
aguilhão impiedoso deseja libertar-se, defendendo-se e acusando, reagindo.
Não existe, porém, defesa real quando se
agride nem se conquista harmonia quando se entra em debates de violência.
Nunca aceite as injunções do mal nem as
arruaças dos desordeiros, simplesmente deixando de conceder-lhes consideração.
Você cresce na vertical do amor, tendo por
dever levantar caídos e nunca torná-los mais vulneráveis ao mal que neles
reside.
Viva com brandura e esparza-a, tornando o
mundo melhor e as criaturas menos desesperadas.
Somente quem ama e se reveste de bondade
pode resistir aos conflitos e desafios perturbadores da sociedade agressiva que
prefere ignorar o Bem.
(Divaldo P. Franco por Marco Prisco.
In:
Luzes do alvorecer)
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