“E nos últimos dias acontecerá,
diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei
sobretoda carne; os vossos filhos e
as vossasfilhas profetizarão, vossos
mancebosterão visões e os vossos velhos
sonharãosonhos.” (ATOS, 2: 17)
No dia de Pentecostes,
Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmia, da Frígia, da
Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça
extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova,
atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.
Uma onda de surpresa e de
alegria invadiu o espírito geral.
Não faltaram os cépticos, no
divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada.
Simão Pedro destaca-se e
esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.
Desde esse dia, as claridades
do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente. Até aí, os discípulos
eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do
meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da
Terra em nome do Senhor.
O poder de Jesus se lhes
comunicara às energias reduzidas.
Estabelecera-se a era da
mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos
séculos.
Contra o seu influxo,
trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem,
mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no
Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades
sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao
círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma
imortal do Cristianismo redivivo.
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida