quarta-feira, 30 de junho de 2021

PELOS FRUTOS


“Por seus frutos os conhecereis.”

– Jesus. (Mateus,7:16)

 

Nem pelo tamanho;

nem pela configuração;

nem pelas ramagens;

nem pela imponência da copa;

nem pelos rebentos verdes;

nem pelas pontas ressequidas;

nem pelo aspecto brilhante;

nem pela apresentação desagradável;

nem pela vetustez do tronco;

nem pela fragilidade das folhas;

nem pela casca rústica ou delicada;

nem pelas flores perfumadas ou inodoras;

nem pelo aroma atraente;

nem pelas emanações repulsivas.

Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, pela utilidade, pela produção.

Assim também nosso espírito em plena jornada...

Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.

– Pelos frutos os conhecereis” – disse o Mestre.

– “Pelas nossas ações seremos conhecidos” – repetiremos nós.

  

 

Livro: Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel

terça-feira, 29 de junho de 2021

LEI DO USO


“E quando estavam saciados, disse Jesus

aos seus discípulos: Recolhei os pedaços

que sobejaram, para que nada se perca.”

(João, 6:12)

 

 Observada a lei do uso, a miséria fugirá do caminho humano.

Contra o desperdício e a avareza é imperioso o trabalho de cada um, porque, identificado o equilíbrio, o serviço da justiça econômica estará completo, desde que a boa vontade habite com todos.

A passagem evangélica que descreve o trabalho de alimento à multidão assinala significativas palavras do Senhor, quanto às sobras de pão, transmitindo ensinamento de profunda importância aos discípulos.

Geralmente, o aprendiz sincero, nos primeiros deslumbramentos da fé reveladora, deseja desfazer-se nas atividades de benemerência, sem base na harmonia real.

Aí temos, indiscutivelmente, louvável impulso, mas, ainda mesmo na distribuição dos bens materiais, é indispensável evitar o descontrole e o excesso.

O Pai não suprime o inverno, porque alguns dos seus filhos se queixam do frio, mas equilibra a situação, dando-lhes coberturas.

A caridade reclama entusiasmo, entretanto, exige também discernimento generoso, que não incline o coração à secura.

Na grande assembléia de necessitados do monte, por certo, não faltariam preguiçosos e perdulários, prontos a inutilizar a parte restante de pão, sem necessidade justa. Jesus, porém, antes que os levianos se manifestassem, recomendou claramente: – “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” É que, em todas as coisas, o homem deverá reconhecer que o uso é compreensível na Lei, desprezando o abuso que é veneno mortal nas fontes da vida.

  

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

segunda-feira, 28 de junho de 2021

NA CRUZ


“Ele salvou a muitos e a si mesmo não

pôde salvar-se.” – (Mateus, 27:42)

 

Sim, ele redimira a muitos...

Estendera o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos.

Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.

Em verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pináculo, sugerindo indiretamente a própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme...

Era o Príncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores.

Era o Salvador e não se salvava.

Era o Justo e padecia a suprema injustiça.

Jazia o Senhor flagelado e vencido.

Para o consenso humano era a extrema perda.

Caíra, todavia, na cruz.

Sangrando, mas de pé.

Supliciado, mas de braços abertos.

Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra.

Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração içado ao Amor.

Tombara, vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a própria dor em glória divina. Pendera-lhe a fronte, empastada de sangue, no madeiro, e ressurgia, à luz do sol, ao hálito de um jardim.

Convertia-se a derrota escura em vitória resplandecente. Cobria-se o lenho afrontoso de claridades celestiais para a Terra inteira.

Assim também ocorre no círculo de nossas vidas. Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos crucificadores. Toda vez que as circunstâncias te compelirem a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.

  

Fonte Viva. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel

 

domingo, 27 de junho de 2021

ANOTAÇÕES DA FÉ


Se queres elevar-te e engrandecer a vida,

Alma querida, escuta:
De tudo o que produz, serve, ampara e abençoa,
Nada existe sem luta.


Árvore alguma, seja em qualquer parte,
Fornecendo socorro e espalhando alimento,
Cresceu e se formou para doar-se à gleba,
Sem chicotes do vento.


Se talhada em madeira, a mesa que te apóia
O pão de cada dia
Foi nobre vegetal arrebatado à gleba
Para agüentar a serraria.


Pedra que te suporta a residência,
Resguardando o equilíbrio que a domina,
Passou por marteladas muitas vezes,
A fim de se ajustar a disciplina.


Quem sonhe paraíso de alegria
Sem sair de poltronas e almofadas,
Quem foge de ser útil, quem se omite,
Olhe as águas paradas.


Quem reclama sucesso sem controle,
Menosprezando o sentimento alheio,
Assista a uma corrida em que se note
Algum carro sem freio.


Sem participação, sem sacrifício,
A construção da paz jamais se apruma,
Sem canseira não há felicidade,
Nem se obtém conquista alguma.


Alma querida, serve, ama e confia,
Ajuda para o bem seja a quem for,
Trabalho é luz de Deus a burilar-nos
Para o Reino do Amor.

 


Francisco Cândido Xavier por Maria Dolores. In: A vida conta


sábado, 26 de junho de 2021

SE PERDOARES...


       Violentado pela desfaçatez do caluniador que levanta acusações infelizes contra o teu esforço de enobrecimento, pensas: “Deus me vingará!”

       Aturdido em face da injustiça dos julgamentos apressados que ralam os teus mais elevados sentimentos, murmuras: “Terei minha vez, oportunamente, e saberei desforçar-me.”

       Apontado pelo sarcasmo de adversários gratuitos, não obstante a cordialidade que esparzes pelo caminho, reages: “Ver-lhes-ei o fim. Saberei esperar.”

       Traídos nos mais sublimes propósitos de fidelidade e amor, não suportas,  e exclamas: “Alguém cobrará por mim”!

       Ignorado propositadamente pela pessoa a quem te dedicas e que te retribui a afeição com o desprezo, exclamas: “Confio no amanhã, que me fará justiça!”

       Acoimado pela suspeita da impiedade, azorragado pela maledicência e pelo remoque, proferes: “São uns miseráveis! Só a morte para tais.”

       Em muitas situações, embora os conceitos de amor que lucilam no teu coração, não suportas as constrições e derrapas nas margens lodosas da vingança, que assoma em caráter de falso conforto.

       Tisna-se, então, a lucidez, perturba-se a esperança e adentra-se no domicílio da tua mente o tóxico letal do ódio. Violentamente, às vezes, apossa-se da tua paisagem psíquica; sorrateiramente, outras, imiscui-se e insufla revolta, terminando por desarranjar a máquina harmoniosa do teu corpo e o programa da tua vida, infelicitando-te, posteriormente.

       Não se turbe, todavia, a tua mente, nem se perturbem os teus sentimentos, ante as agressões dos frívolos, dos perversos e dos desalmados.

       Não sabem o que fazem. São doentes em estágio de avançada enfermidade, estertorando lamentavelmente.

       Não te contagies com eles.

       Mantém-te em paz contigo mesmo e não te detenhas.

*

       Guardando as mágoas — e na Terra são muitas as dificuldades que surgem produzindo mal-estares — padecerás sob imundícies e conduzirás fluídos deletérios.

       Se perdoares, porém, prosseguirás em clima de renovação superior e em labor otimista.

       O perdão é sempre mais útil a quem o concede.

       Se perdoares o vizinho invigilante, ele se sentirá estimulado a não repetir a experiência perniciosa: poderá ajudar alguém; concederá ensejo de desculpa a outrem que o haja ofendido; sentir-se-á confiante para recomeçar tudo e volver atrás, anulando o erro cometido...

       Se perdoares, auxiliarás a comunidade, medicando com amor o indivíduo que está enfermo a pesar na economia social.

Se perdoares, olvidando a ofensa e ajudado o malfeitor, terás logrado a comunhão com o Mestre Inexcedível que, embora incompreendido, traído, abandonado, martirizado e pregado a duas traves, que eram símbolos de infâmia justiçada, perdoou os que O esqueceram e prossegue até hoje amando-os, qual faz conosco próprios, que a cada instante estamos de mil formas, vigorosas ou sutis, traindo, deturpando, menosprezando, usando indevidamente as sublimes concessões que fruímos para a redenção espiritual, ainda sem o sucesso que já deveríamos ter alcançado.

       Perdoa, portanto, a fim de seres perdoado.

 

 

De “Celeiro de Bênçãos”, de Divaldo P. Franco,

 pelo Espírito Joanna de Ângelis

sexta-feira, 25 de junho de 2021

A VINHA


“E disse-lhes: Ide vós também para a vinha

e dar-vos-ei o que for justo. E eles

foram.” (Mateus, 20:4)

 

 Ninguém poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu na imensidade universal.

O Planeta não é um barco desgovernado. As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia.

Essa verificação nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus.

Aí, ve-mo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que, de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor.

A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos.

Em essência, designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino.

Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano,

porque todos os filhos da razão, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente.

Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.

Vives sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio?

Trabalha para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o material conveniente e justo.

  

 

Pão Nosso. Francisco C Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 24 de junho de 2021

CONVITE À PROBIDADE


“... Cingidos de verdade e sendo

vestidos da couraça da justiça.”

(Efésios: capítulo 6º, versículo 14)

 

Consideras interiormente revoltado quanto ocorre em torno de ti e não poucas vezes vitimando-te também:

As circunstâncias negativas que proliferam cruéis, engendrando conflitos arbitrários que dizimam multidões inocentes sob o estrugir de guerras inexoráveis;

A fortuna que transita, passando de cofre a cofre, nos quais a usura coloca terríveis cadeados de dominação;

Enfermidades virulentas que desfalcam esperanças, enquanto decompõem corpos de linhas estéticas atraentes, reduzindo-os a escombros orgânicos em degeneração...

Vês a prosperidade dos maus, o júbilo sorrindo excelentes alegrias em bocas acostumadas à maledicência, à calúnia, e aplausos festivos aos que se demoram nas torpezas morais;

A tranquilidade dormindo em companhia dos usurpadores;

O poder retido em mãos que se levantaram para apoiar carnificinas e o luxo desenfreado naqueles que se estribam em desfrutar do lenocínio organizado, do negócio de tóxicos destruidores, os benefícios da criminalidade de vário porte...

Repassas, mentalmente, as tragédias que abalam as estruturas emocionais do homem como se tudo estivesse na Terra — esse imenso navio

fundeado em muitos quilômetros de atmosfera — qual nau à matroca.

Incêndios surpreendendo magotes indefesos e os destruindo;

Naufrágios em que perecem centenas de vidas, nos quais crianças e velhinhos são tragados pela voragem das águas volumosas;

Desastres aéreos em que se aglutinam esposos e mães devotados ou parentes aturdidos que encetam viagens precipitadas para atenderem familiares enfermos ou negócios de urgência, vitimados pelo golpe da fatalidade;

Homicídios que sofrem vítimas inermes, homens probos, corações honrados, e quantos infortúnios ocultos estão colocando travo de fel e ácido que requeima o espírito de milhões e milhões de corações!

Não podes compreender a Justiça em face do sensacionalismo dos veículos de comunicação que se comprazem em expor as desditas e tragédias que acontecem em todo lugar.

Acalma, porém, as aflições, para a refletir o insondável da tecedura da Lei que transcende as tuas pobres visões e os ângulos limitados da tua observação.

Está tudo certo ante as diretrizes funcionais de Deus.

Ocorre que no palco dos homens, mudam-se os cenários, trocam-se as indumentárias, mas as personagens são as mesmas: vão e tornam acumpliciadas com novos grupos que aderem espontaneamente às tragédias, às comédias, às exibições dos dramas do cotidiano, sob o impositivo da Lei.

A vítima inocente de hoje é o sicário impiedoso de ontem.

O trêmulo velhinho de agora justiçado, continua sendo a mão do verdugo passado, embora a indumentária cansada que o tempo carcome, mas que a Justiça Divina não olvidou.

A teu turno engendra causas positivas para que os efeitos da Lei não te alcancem na condição inevitável de alma sob o suplício do resgate penoso.

Não pratiques o mal porque a hora é má.

Não te despojes do bem porque te pareça inviável a ação elevada da Justiça e da misericórdia.

Recorda-te do Apóstolo Paulo e reveste-te da couraça da justiça para que disponhas da perenidade da paz.

Probidade é o estágio a que devem atingir os que encontraram Jesus, não obstante o clamor da perturbação, a balbúrdia inquietante das lutas ou as ciladas soezes da impiedade que grassa transitoriamente na Terra, nestes dias que precedem aos dias 1a vitória do Evangelho sobre todas as circunstâncias que amarfanham o espírito humano sedento de evolução.

Sê probo e honrado, especialmente quando escasseiam a honradez e a justiça na Terra.

 

 

 

Convites da Vida

Divaldo P Franco

Joanna de Ângelis

 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

NAS CONTAS

"De maneira que cada um de nós dará

conta de si mesmo a Deus."

Paulo (Romanos, 14:12)

 

Benfeitores garantem.

Instrutores educam.

Pastores guiam.

Amigos amparam.

Companheiros alentam.

Adversários avisam.

Relações ajudam.

Preces iluminam.

Lições preparam.

Dificuldades adestram.

Provas definem.

Dores corrigem.

Lutas renovam.

Problemas propõem.

Soluções indicam.

Atitudes revelam.

Lágrimas purificam.

Experiências marcam.

Entretanto, segundo a palavra do Apóstolo Paulo, todas as criaturas e todas as situações, todas as circunstâncias e todas as coisas foram dispostas, nas contas da Lei, de "maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus."



Francisco Cândido Xavier por Emmanuel

In: Palavras de Vida Eterna

POSSE

Aquilo de que abrimos mão é o que verdadeiramente nos pertence.   Quem se nega aos outros não tem a posse de si mesmo.   Jesus, sobr...