Está distante
a meta, mas a minha atenção não se prende a ela, e sim à rota que tracei para
alcançá-la.
Que sei eu de
distância, quando meus sentidos se enganam com miragens? Como me poderei
capacitar da distância da meta que hei de alcançar um dia?
Hei de
alcançar porque eu quero alcançar, e eu quero porque Deus em mim assim o quer.
Fortalecido
por essa certeza, que poderá me deter ou me retirar do caminho?
Sei que terei
precipícios a transpor, que avalanche de pedras poderão rolar ainda sobre mim,
que talvez mergulhe nos lodaçais do caminho, pela minha imprevidência, que às
vezes me desorienta, mas à proporção que sair da cada experiência, estarei mais
encorajado para prosseguir, porque eu quero chegar ao meu destino, e lá
chegarei, com a ajuda de Deus.
Aboli
pieguismo e choros não me revolto nem me lamento, porque aquele que me criou
não necessita que lhe peça nada. Ele sabe tudo que eu preciso e me dará suas
dádivas à medida que eu precisar ou souber usá-las; e, à minha súplica, me
retirará da lama em que estiver mergulhado, levado por minhas paixões; me
erguerá iluminado, e se eu lhe pedir, como anseio de minha vida, me dará o sol
o seu pura amor. Ele me dará na hora exata tudo o que eu precisar, e não o que
eu lhe pediria em minha ignorância.
Portanto, não
gasto energia em pedidos pueris, reservando-a para alimentar meu propósito de
chegar aos “pés do Mestre”.
Adiante,
amigos e companheiros de caminhada terrena. Se não estou mais entre vós, estou
em lugar onde também luto e anseio por alcançar o mesmo ideal vosso.
Não
esmoreçais, ainda que a tempestade mais assustadora vos surpreenda na estrada..
A tempestade experimenta apenas a vossa fé e a vossa convicção. Se não fugirdes
apavorados, ela passará e contemplareis a calmaria onde o céu é mais azul e a
brisa mansa e amena vos acariciará a alma.
De “...A
Verdade e a Vida”, de Cenyra Pinto
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