Estudos e dissertações,
1ª Parte, Cap. XI, item 8,
de “O Céu e o Inferno”,
de Allan Kardec.
Se não admites a
sobrevivência, depois de morte, interroga aqueles que viram partir os entes
mais caros.
Inquire os que afagaram as
mãos geladas de pais afetuosos, nos últimos instantes do corpo físico; sonda a
opinião das viúvas que abraçaram os esposos, na longa despedida, derramando as
agonias do coração, no silêncio das lágrimas; informa-te com os homens
sensíveis que sustentaram nos braços as companheiras emudecidas, tentando, em
vão, renovar-lhes o hálito na hora extrema; procura palavra das mães que
fecharam os olhos dos próprios filhos, tombados inertes nas primaveras da
juventude ou nos brincos da infância... Pergunta aos que carregaram um esquife
como quem sepulta sonhos e aspirações no gelo do desalento, e indaga dos que
choram sozinhos, junto às cinzas de um túmulo, perguntando por quê...
Eles sabem, por intuição,
que os mortos vivem, e reconhecem que, apenas por amor deles, continuam
igualmente a viver.
Sentem-lhes a presença, no
caminho solitário em que jornadeiam, escutam-lhes a voz inarticulada com os
ouvidos do pensamento e prosseguem lutando e trabalhando, simplesmente por
esperarem os supremos regozijos do reencontro.
-+-
Se um dia tiveres
fome de maior esperança, não temas, assim, rogar a inspiração e a assistência
dos corações amados que te precederam na grande viagem. Estarão contigo, a
sustentarem-te as energias, nas tarefas humanas, quais estrelas no céu noturno
da saudade, a fim de que saibas aguardar, pacientemente, as luzes da alva.
Busca-lhes o clarão de
amor, nas asas da prece, e, se nos templos veneráveis do Cristianismo, alguém
te fala de Moisés, reprimindo as invocações abusivas de um povo desesperado,
lembra-te de Jesus, ao regressar do sepulcro para a intimidade dos amigos
desfalecentes, exclamando, em transportes de júbilo: "A paz seja
convosco.”
De
“Justiça Divina”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
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