sexta-feira, 30 de setembro de 2016

AÇÃO





“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes,
inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”
PAULO (Coríntios, 15:58.)



Nas lutas do dia-a-dia, todos somos impelidos a várias operações para avançar no caminho...

Sentimos.

Desejamos.

Falamos.

Estudamos.

Aprendemos.

Conhecemos.

Ensinamos.

Analisamos.

Trabalhamos.

Entretanto, é preciso sentir a necessidade do bem de todos para que saibamos desejar com acerto; Desejar com acerto para pensar honestamente; pensar honestamente para falar aproveitando; falar aproveitando para estudar com clareza; estudar com clareza para aprender com entendimento; aprender com entendimento para conhecer discernindo; conhecer discernindo para ensinar com bondade; ensinar com bondade para analisar com justiça e analisar com justiça para trabalhar em louvor do bem, porque, em verdade, todos somos diariamente constrangidos à ação e pelo que fazemos é que cada um de nós decide quanto ao próprio destino, criando para si mesmo a inquietante descida à treva ou a sublime ascensão à luz.



Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

OBTERÁS




Estudos e dissertações em torno da substância
religiosa de “O Livro dos Espíritos”, de ALLAN KARDEC,
de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.
Questão Nr. 660.


Obterás o que pedes.
Não olvides, contudo, que a vida nos responde aos requerimentos, conforme a nossa conduta na petição.
Sedento, se buscas a água do poço, vasculhando-lhe o fundo, recolherás tão-somente nauseante caldo de lodo.
Faminto, se atiras lama ao vaso que te alimenta, engolirás substância corrupta.
Cansado, se procuras o leito, comunicando-lhe fogo à estrutura, deitar-te-ás numa enxerga de cinzas.
Doente, se injurias a medicação que se te aconselha, alterando-lhe as doses, prejudicarás o próprio organismo.
Isso acontece porque a fonte, encravada no solo, é constrangida a guardar os detritos com que lhe poluem o seio; o prato é forçado a reter os resíduos que se lhe imponham à face; o colchão é impelido a desintegrar-se ao calor do incêndio, e o remédio, aplicado com desrespeito, pode exercer ação contrária a seus fins.
Ocorre o mesmo, em plena analogia de circunstâncias, na esfera ilimitada do espírito.
Desesperado ou infeliz, desanimado ou descrente, não te valhas do irmão de que te socorres, tentando convertê-lo em cobaia para teus caprichos, porque toda alma é um espelho para outra alma, e teremos nos outros o reflexo de nós mesmos.
Sombra projetada significa sombra de volta.
Negação cultivada pressagia a colheita de negação.
Se aspiras a desembaraçar-te das trevas, não desajustes a tomada humilde, capaz de trazer-te a força da usina.
Oferece-lhe meios simples para o trabalho certo e a luz se fará correta na lâmpada.
Clareia para que te clareiem.
Auxilia para que te auxiliem.
Estuda, servindo, para que o cérebro hipertrofiado não te resseque o coração distraído.
Indaga, edificando, para que a inércia te não confunda.
Fortaleçamos o bem para que o bem nos encoraje.
Compreendamos a luta do próximo, a fim de que o próximo nos entenda igualmente a luta.
Lembra-te, pois, da eficácia da prece e ora, fazendo o melhor, para que o melhor se te faça, sem te esqueceres jamais de que toda rogativa alcança resposta segundo o nosso justo merecimento.



De “Religião dos Espíritos”, de Francisco Cândido Xavier,

pelo Espírito Emmanuel

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

CANSAÇO





            Estás fatigado. O cansaço, qual fluido deletério, vence tuas resistências, assenhoreando-se do aparelho físico-mental que acionas com dificuldade.
            Tantas têm sido as aflições, as lutas que, desencorajado, te entregas à indiferença quanto ao futuro sob tormentos que te dominaram a capacidade de lutar.
            Tens a impressão de que o entusiasmo calou a voz da sua emoção no teu sentimento encarcerado na dor, e sentes o coração como se fosse um diamante bruto a esfacelar-se dentro do peito, golpeado por vigorosas tenazes que o despedaçam...
            Tudo se te afigura sombrio e a luz, que se emboscava na gota d’água aprisionada diante dos teus olhos, agora a vês transformada em lama, no pó, qual a tua antemanhã de sonhos convertida em noite tempestuosa de pavor.
            Lutaste, é certo.
            Reuniste as energias, qual comandante afervorado a batalhas violentas, colocando-as em defensivas até a exaustão. Mas tantas foram as agressões e tão continuado o cerco que desejarias bater em retirada, deixando livre o campo para que se multiplicassem os maus.
            No íntimo conservas um travo de fel que o sofrimento deixou e como miasma em crescimento sentes o espírito envenenado, com a amargura em todas as horas.
            Uns companheiros fitam teu sorriso e crêem que o caráter não é um dos teus dotes mais representativos.
            Outros contemplam tua tristeza e comentam que é débil a tua fé.
            Alguns falam contigo e identificam expressões que deprimem teus sentimentos.
            Amigos discretamente afirmam que foste vencido por “forças negativas” do Mundo Espiritual.
            Confrades rigorosos negam-te o concurso da amizade deles.
            Irmãos acendem a chama da idiossincrasia e separam aqueles que o teu esforço infatigável reuniu.
            Colaboradores fendem as bases do serviço que desdobras, abnegado, desejando amesquinhar-te.
            Assim crês, assim vês, assim é... Porque estás cansado.
           *
            Quem observa dificuldades somente encontra obstáculos.
            Aquele que se prepara para um dia de calor tem pretexto para a canícula inexistente.
            Olhos acostumados aos detalhes negativos descobrem insignificâncias que enfeiam qualquer paisagem feliz.
            As estrelas que fulgem além da névoa são ignoradas por quantos se contentam com sombras.
            As mãos que preferem espinhos perdem a sensibilidade para as débeis violetas.
            No entanto, além do que registras, há beleza, harmonia, vida.
            O veneno que o ofídio injeta e com o qual mata, o homem consegue transformar em medicamento salvador.
            A ofensa de que se utilizam os infelizes para ultrajar, ajuda na ascensão os que sabem transformar vinditas em bênçãos.
            A pedra que fere também adorna.
            O lodo pestilento devidamente atendido converte-se em perfume delicado na intimidade da flor.
            Transforma cansaço e tristeza em seiva de vida eterna.
            Renasceste, na Terra, para elaborar a felicidade própria e intransferível.
            Rogaste a dádiva do resgate com as moedas do testemunho e do silêncio.
            Esquece-te, desse modo, de ti mesmo e persevera.
            Perdoa, enquanto podes.
            O perdão é luz que arremessas na direção da vida e que voltará à fonte donde procede.
            O conceito que os outros fazem a teu respeito vale o que valorizas.
            As dificuldades que te impõem obstaculam quanto supões.
            O sarcasmo e a perseguição representam o que consideras.
            A dor é o que se deseja que valha.
            Levanta o espírito e combate.
            Não deixes que os braços das sombras apaguem com mãos de trevas os painéis da tela das tuas aspirações.
            Aprofunda a mente na pesquisa da verdade e detém-te a examinar a história dos homens fortes. Não nasceram fortes: fortificaram-se na luta.
            O vento enrija a fibra da sequóia e a tormenta lhe dá vigor.
            A chuva que chafurda o regato aumenta-lhe o volume d’água.
            Deixa-te conduzir pelos testemunhos naturais da experiência carnal e experimenta perseverar, insistir, continuar...
***
            A grandeza de Jesus afirmada no atroz sacrifício da Cruz teve o seu início na escolha de singelo berço para continuar nas aparentes mil nonadas da carpintaria humilde, dos contatos com as gentes simples e pouco esclarecidas, com os enfermos exigentes, os amigos ingratos, os legisladores e religiosos desonestos, para culminar na cobardia de alguns discípulos obsidiados com intermitências que O atraiçoaram, esquecendo o Seu amor para fugirem.
            No entanto, uma vez única deixou-se Ele vencer pelo cansaço e, por isso, não reclamou, não desistiu, não censurou, não se deteve a examinar o lado infeliz de ninguém, dedicando-se incansavelmente à construção do bem excelso em favor de todos, a todos amando e perdoando, apesar de tudo.


Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis.
In: Dimensões da Verdade

terça-feira, 27 de setembro de 2016

APARÊNCIAS





Não acusa o irmão que parece mais abastado. Talvez seja simples escravo de compromissos.
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 Não condene o companheiro guindado à autoridade. É provável seja ele mero devedor da multidão.
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 Não inveje aquele que administra, enquanto você obedece. Muitas vezes, é um torturado.
 *
 Não menospreze o colega conduzido a maior destaque. A responsabilidade que lhe pesa nos ombros pode ser um tormento incessante.
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 Não censure a mulher que se apresenta suntuosamente. O luxo, provavelmente, lhe constitui amarga provação.
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 Não critique as pessoas gentis que parecem insinceras, à primeira vista. Possivelmente, estarão evitando enormes crimes ou grandes desânimos.
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 Não se agaste com o amigo mal-humorado. Você não lhe conhece todas as dificuldades íntimas.
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 Não se aborreça com a pessoa de conversação ainda fútil. Você também era assim quando lhe faltava experiência.
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 Não murmure contra os jovens menos responsáveis. Ajude-os, quanto estiver ao seu alcance, recordando que você já foi leviano para muita gente.
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 Não seja intolerante em situação alguma. O relógio bate, incessante, e você será surpreendido por inúmeros problemas difíceis em seu caminho e no caminho daqueles que você ama.


De “Agenda Cristã”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz

VÓS, QUE DIZEIS?

“E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lucas, 9:20)   Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escrit...